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Justiça da Colômbia dá três meses para controle de hipopótamos de Pablo Escolar, e cita a caça como solução

Justiça da Colômbia dá três meses para controle de hipopótamos de Pablo Escolar, e cita a caça como solução

O Tribunal Administrativo de Cundinamarca (TAC), de Bogotá, na Colômbia, publicou uma ordem urgente na quinta-feira (05/09) para que o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável resolva de uma vez por todas a situação com os hipopótamos deixados por Pablo Escobar. A corte dá um prazo de três meses para que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para controlar a superpopulação desses animais, citando, inclusive, a utilização da caça para abatê-los.

“Há necessidade de implementar medidas urgentes e efetivas para proteger o equilíbrio ecológico, sem perder de vista a obrigação de garantir o bem-estar dos hipopótamos como seres conscientes”, diz o parecer do magistrado Moisés Rodrigo Mazabel Pinzón.

Há anos o governo colombiano tenta encontrar uma solução para resolver o problema criado pelo traficante, que na década de 80 importou quatro hipopótamos para fazer parte de seu zoológico particular. Eles acabaram se reproduzindo sem controle e hoje são 169, vivendo livremente nas planícies do rio Magdalena (leia mais aqui).

Escobar morreu em 1993 e deixou pra trás esse “pequeno legado”. Espécie nativa da África, o hipopótamo é um dos maiores mamíferos terrestres do planeta. Muito agressivo e de comportamento imprevisível, pode pesar até 3 toneladas.

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Nos últimos 30 anos, já foram tentadas diversas estratégias para controlar a população desses animais, desde a captura para esterilização até o abate. Em 2022, o governo da Colômbia declarou os hipopótamos de Pablo Escobar uma espécie invasora.

Estudos de especialistas indicam que se nada for feito a população de hipopótamos pode chegar a 1 mil até 2035. Uma análise conduzida por biólogos revelou que as fezes dos hipopótamos têm um efeito negativo sobre o nível de oxigênio dos rios locais, o que pode afetar os peixes. Além disso, eles destroem lavouras e podem atacar pessoas.

Em resposta à ordem do Tribunal de Cundinamarca, o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável divulgou uma nota afirmando que o plano de manejo dos hipopótamos segue avançando. Ele contempla a translocação, a esterilização cirúrgica, o confinamento e, em último caso, a eutanásia.

“Já estamos trabalhando nos protocolos de translocação e eutanásia, para que tenham o contexto de bem-estar animal. Neste momento estão a ser finalizadas várias negociações internacionais para a translocação de um número significativo de hipopótamos, fizemos o trabalho com a Associação Mundial de Zoológicos, procurámos onde estão os espaços e quais seriam, consultámos a Convenção CITES e estamos trabalhando, de mãos dadas com as autoridades ambientais de outros países, para obter o aval”, afirmou Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente.

Existem negociações para o envio de hipopótamos para o México, Filipinas e Índia. Este último poderia receber até 60 deles.

O ministério esclarece ainda que o custo para a esterilização dos hipopótamos é altíssimo – mais de R$ 1 milhão por cada cirurgia. Além disso, é um procedimento que envolve riscos não apenas para o animal, mas para a segurança dos profissionais envolvidos, oito pessoas no total.

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Foto de abertura: Sylwia Głowska por Pixabay

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