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Islândia inaugura maior usina de captura (direta do ar) e armazenamento de CO2 do mundo 

Fazia uma semana que o Rio Grande do Sul sofria com a catástrofe que varreu 90% de seu território, quando a Islândia deu um passo importante no combate à crise climática. Em 8 de maio, a start-up suíça Climeworks inaugurou a maior usina de absorção (DAC) e armazenamento (CCS) de carbono do mundo, na cidade de Hellisheidi, no sudoeste do país, que estará totalmente concluída até o final deste ano.

Batizada de Mammoth (mamute, em inglês), a usina foi projetada para remover 36 mil toneladas de carbono por ano – o que equivale a tirar 8.600 carros de circulação -, mas sua capacidade atual não chega a 40 mil toneladas de CO₂ por ano.

Sua capacidade total é nove vezes maior que a da Orca – primeira usina da Climeworks inaugurada, também na Islândia, em 2021, que captura 4 mil toneladas de CO2/ano -, mas ainda é muito pequena frente aos milhões de toneladas de carbono que especialistas dizem que o mundo terá de “tirar do ar” para limitar o aquecimento a 2ºC neste século.

Sim, a operação da Mammoth é incipiente também se considerarmos apenas as emissões de gases de efeito estufa da Islândia, que, em 2022, chegaram a 3,54 milhões de toneladas de CO2 provenientes de combustíveis fósseis e da indústria

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Ou seja, a capacidade da maior usina de captura e armazenamento de carbono do mundo não chega a 1% das emissões da Islândia, um dos menores países do mundo, com menos de 400 mil pessoas.

Ao jornal Washington PostKlaus Lackner, diretor do Centro de Emissões Negativas de Carbono da Universidade Estadual do Arizona, declarou sobre o projeto: “É uma gota no oceano, mas é uma gota no oceano muito maior do que qualquer outra que vimos até agora”.

Para Jan Wurzbacher, cofundador e co-CEO da Climeworks, “o início das operações da planta Mammoth é mais um ponto de prova na jornada de expansão da empresa para a capacidade [de captura e armazenamento] de megatoneladas até 2030 e de gigatoneladas até 2050”. A ambição é grande.

Um filtro de ar gigante

Basicamente, a planta da Mammoth é um filtro de ar gigante. Ventiladores puxam o ar por meio de filtros projetados para capturar moléculas perdidas de CO2, que constituem pequena parcela da massa do ar: apenas 0,04%. 

Em seguida, uma outra empresa (Carbfix) mistura o CO2 com água e bombeia para o subsolo, onde reage com a rocha basáltica por meio de um processo natural, e se transforma em pedra, ficando armazenado permanentemente.

O processo só é possível graças à abundante energia geotérmica na Islândia, que alimenta as máquinas sem produzir emissões. Na cidade de Hellisheidi – onde ficam as duas plantas da Climeworks – está a oitava maior central geotérmica do mundo e a maior do país.

E o que a Climeworks faz com o carbono capturado? 

Vende! Sem dizer quanto cobra de seus grandes clientes – como Microsoft, Shopify e Stripe – pelo serviço, anunciou que oferece assinaturas de remoção de carbono para “pessoas comuns” a US$ 1.500/tonelada de carbono removido. 

Segundo o site da empresa, até a primeira semana após o lançamento, mais de 20 mil pessoas haviam feito a assinatura. 

Rudy Kahsar, gestor de dióxido de carbono e remoção no think tank de energia limpa RMI, conta que “as únicas pessoas que compram remoções da Climeworks, neste momento, são indivíduos muito ricos ou empresas muito ricas que estão pagando muito dinheiro para reduzir os custos do que consideram uma potencial indústria futura”.

Para ele, à medida que mais fábricas de remoção de carbono surgirem, os especialistas esperam que os custos cairão para próximo de US$ 100/tonelada, que é o preço almejado por muitas start-ups.
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Foto: Climeworks/divulgação

Com informações de Washington Post e Reuters

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