Nos últimos dias a divulgação de um vídeo de uma mulher matando uma jovem onça-parda causou consternação e revolta nas redes sociais. As imagens, que circulam pela internet, mostram essa pessoa, acompanhada de um homem e quatros cachorros, portando o que parece ser uma espingarda, e buscando o felino, que estava sobre uma árvore. Atrás dela segue alguém, gravando toda a ação. A criminosa então atira, por duas vezes, e a onça cai e na mesma hora é atacada pelos cachorros. As cenas são muito fortes, cruéis e bárbaras. A mulher dá pulos e comemora (se conseguir, assista ao vídeo ao final deste texto).
Com a repercussão nacional do caso, as imagens chegaram até a equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que iniciou uma investigação imediata para tentar identificar a mulher. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o trabalho está sendo realizado em parceria com a Polícia Federal.
Infelizmente, mesmo que a mulher seja encontrada, ela só pagará uma multa irrisória, que pode chegar a no máximo R$ 5 mil, por crimes de maus-tratos contra animais e caça ilegal, conforme prevê a legislação ambiental brasileira.
Todavia, já existe um projeto de lei para alterar o artigo 29 da Lei nº 9.605, de Crimes Ambientais, que propõe estabelecer pena de reclusão de um a cinco anos para o crime de matar, perseguir, apanhar, caçar animais silvestres. Mas ele precisa ser votado com urgência e aprovado o quanto antes!
Várias organizações de proteção animal usaram seus perfis nas redes sociais para declarar o total repúdio e horror com o vídeo.
“Acho que essa imagem vai nos assombrar por muito tempo. É muito triste que esse tipo de abate ainda seja feito. Assustador que as pessoas tenham prazer com isso… Mas sabe o que é uma droga? Saber que, mesmo que for pega, esse monstro vai pagar uma multa e ficar livre. E guardamos nossa indignação para a próxima barbárie, né não? Vida que segue. Mas não deveria ser assim. Nossa indignação deveria ser uma força que impulsiona, que exige mudanças”, escreveu o projeto Onças do Iguaçu.
“Episódios covardes como este acendem um alerta urgente sobre a necessidade de fortalecer a proteção dos grandes felinos no Brasil. O ato criminoso evidencia uma completa falta de compaixão pelos animais envolvidos. Além disso, expor cães ao perigo durante situações de caça revela o descaso com suas vidas, tratados como meras ferramentas”, declarou a Ampara Silvestre. “Infelizmente, a impunidade continua a perpetuar tragédias como essa. Mesmo que a mulher responsável seja autuada, é provável que a punição seja branda, sem prisão efetiva. Precisamos entender que penas brandas, convertíveis a multas incentivam a manutenção da caça no Brasil e que mudanças urgentes são necessárias para garantir que crimes contra a vida selvagem sejam tratados com a gravidade que merecem.”
Se tiver alguma informação, denuncie!
De pelagem bege-rosada, mas podendo ter variações entre cinza, ferrugem e marrom, a onça-parda (Puma concolor) é uma espécie de topo de cadeia. É o segundo maior felino da América do Sul. Também é chamada de puma ou suçuarana. Tem hábitos solitários e se mostra mais ativo durante o entardecer e à noite.
E se você reconhecer o rosto dessa mulher, ajude as autoridades a encontrá-la! Ligue para o Ibama através da Central de Atendimento – 0800 061 8080 (ligação gratuita).
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Foto de abertura: reprodução vídeo