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Hazel Henderson, uma das pioneiras da sustentabilidade no mundo, morre aos 89 anos

Hazel Henderson, uma das pioneiras da sustentabilidade no mundo, morre aos 89 anos

Esta semana, mais uma figura revolucionária do ambientalismo e da sustentabilidade no mundo se foi. A economista britânica Hazel Henderson morreu em 22 de maio, em Saint Augustine, na Flórida, deixando um legado importante para as atuais e futuras gerações. 

Chamada de musa da sustentabilidade e futurista da economia e do ambientalismo por pensadores futuristas como Al Gore e Alvin Tofler, seus admiradores, Henderson refutava o PIB (Produto Interno Bruto), dizendo que o índice não servia para medir a riqueza nem a qualidade de vida dos países. Está mais do que provado que ela estava certa. 

Ela acreditava numa globalização mais justa e em uma nova economia, mais sustentável, que chamava de economia do amor ou colaborativa, embasada por valores femininos. Nessa linha, propunha a monetização do trabalho das mulheres que representa 50% da riqueza mundial, mas não é contabilizada pelos governos. Luta eterna.

Seu olhar diferenciado para a realidade mundial chamou a atenção de diversos líderes e rendeu a alcunha de acupunturista global, como destaca a futurista Rosa Alegria no artigo que escreveu sobre a amiga que conheceu no início dos anos 2000: “uma aliança sagrada mestre-discípula”. 

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Henderson convenceu economistas e investidores a cerca da importância da preservação da natureza, integrando a biomimética na gestão de ativos financeiros e criou o Green Transition Scoreboard, índice que media a evolução dos investimentos em energias limpas.

Também inspirou diversos movimentos globais como o Greenpeace, o WordWatch Institute e o Projeto Millennium, iniciativa do Conselho Americano da Universidade das Nações Unidas (UNU), no qual Henderson era conselheira e patrocinadora (Rosa Alegria é representante no Brasil).

O início de sua jornada por uma economia mais equilibrada (social e ambientalmente) aconteceu devido a um problema de saúde de sua filha, provocado pela poluição, nos anos 60, quando lançou a Aliança de Cidadãos pelo Ar Limpo

Henderson era apaixonada pelo Brasil. Segundo Alegria, ela “acreditava que este era o país irradiador de uma luz planetária” (o que ela diria do país, hoje, afundado em pobreza e devastação?, penso eu). 

Ela veio para cá diversas vezes para participar de palestras, convenções, encontros e entrevistas (assista ao Roda Viva do qual participou na TV Cultura, no final deste post). E encontrou na publicitária Cristina Carvalho Pinto a pessoa ideal para dirigir, no Brasil, a plataforma multimídia Mercado Ético, criada para ‘convidar’ as empresas à prática da sustentabilidade.

Quem tiver interesse em conhecer mais sobre a trajetória desta mulher notável, recomendo a leitura dos artigos de Rosa Alegria e de Rodrigo Rocha Loures, publicados no Valor Econômicoe em O Globo, respectivamente, os quais consultei para escrever este texto.

Abaixo, assista à entrevista com Haze Henderson para o programa Roda Viva, da TV Cultura, realizada em 2003. quando a pensadora veio ao Brasil para participar do Fórum Econômico Mundial de Porto Alegre.

E, em seguida, assista à entrevista que ela concedeu à mesma emissora quando lançou o livro Cidadania Planetária – seus Valores, Crenças e Ações podem criar um Mundo Sustentável, no Brasil, em 2011, que é resultado de um diálogo da economista com o filósofo Daisaku Ikeda.

Foto: Divulgação

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