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Verdade ou mito? Gavião-fumaça coleta galhos em brasa para alimentar incêndios e continuar caçando

Gavião-caboclo, gavião-casaca-de-couro, gavião-telha, gavião-tinga… Todos esses nomes pertencem ao mesmo bicho, o Heterospizias meridionalis. Como é encontrado em vários estados do Brasil, acabou recebendo várias denominações. Porém, estou mais interessado no nome utilizado no Pantanal: gavião-fumaça.

O fumaça era uma companhia constante nos meus tempos de guia na planície pantaneira. Gosta de áreas abertas e é avistado na beira da estrada com certa frequência. Procura por uma variedade grande de presas: pequenos mamíferos, aves, cobras, lagartos, rãs, sapos e grandes insetos.

Apesar de ser um animal comum, fascina os pantaneiros devido a um hábito interessante que lhe rendeu seu nome: quando há um incêndio, comum na época de seca, o gavião sobrevoa as labaredas e fica na fumaça. Espera pacientemente até observar um animal fugindo do fogo. A presa escapa das chamas, mas não escapa do gavião-fumaça.

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Se a estratégia não der certo, o fumaça não desiste. Volta para a parte já consumida pelo fogo e procura um churrasquinho para fazer o seu almoço. Ele não é o único gavião com esse comportamento, mas acabou recebendo o título.

Os peões acreditam que o gavião-fumaça coleta galhos em brasa para alimentar o incêndio e continuar caçando, mas ainda não há nenhum estudo científico que comprove isso. Assim, a lenda continua, e é passada de geração em geração nos campos abertos do Pantanal.

Foto de abertura: Fábio Paschoal (Gavião-fumaça ou Heterospizias meridionalis) 

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Sandra
Sandra
6 anos atrás

Se não é folclore e o cara comete mesmo esse crime ambiental ele prova que está usando a inteligência para atingir seus fins, justificando os meios com a necessidade de prover a própria vida, não se importando que outros pereçam. Poderia ser a descrição de um ser humano ardiloso e mau, que nada fica a dever em se tratando de encurralar outras espécies animais com arapucas, alçapões, armadilhas e artimanhas usando o cérebro às avessas do respeito e da ética, porque lhe falta coração.

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