A estreia da animação Flow no Brasil estava marcada para 30 de janeiro, mas foi adiada para 20 de fevereiro. Então, os brasileiros vão ter que esperar um pouco mais para assistir à saga do gato preto vadio, de olhos âmbar, que tem uma vida solitária numa floresta, até que a região onde vive é atingida por uma enchente devastadora – olha aí a crise climática! -, que varre a humanidade e ele se vê num barco com animais de outras espécies.
Além do protagonista, há um cachorro, uma capivara, um lêmure e uma garça e cada um, à sua maneira, procura lidar com as diferenças para sobreviver naquele ambiente inóspito (contei aqui).
O adiamento do lançamento talvez se deva ao Oscar (a cerimônia de entrega acontece hoje), no qual o longa-metragem concorre não só na categoria de Melhor Animação, como também de Melhor Filme. E, assim, disputa a principal e mais cobiçada estatueta do mais importante prêmio de cinema internacional, com o filme brasileiro Ainda Estou Aqui (que também concorre na categoria Melhor Filme Estrangeiro).
Este ano, parece que o júri do Oscar decidiu inovar, ao optar por indicações inesperadas. Mas é fato que Flow tem predicados que certamente lhe renderam o destaque.
Além de ter sido produzido por um pequeno estúdio – com um programa de código aberto e baixíssimo orçamento -, que “derrubou” Disney e Pixar no Globo de Ouro –, o filme não tem diálogos (não há humanos) e preserva os sons naturais dos animais na vida real.
Gints Zilbalodis, seu diretor, optou por não humanizá-los como fazem os grandes estúdios: assim, eles miam, ronronam, latem, assobiam, coaxam, vocalizam. É um filme quase silencioso.
Miados e ronronares
O líder da história foi inspirado no gato que Zilbalodis teve quando era criança e dublado por uma gatinha muito “falante” e manhosa, chamada Miut, que no momento das gravações quase sabotou seu tutor, o engenheiro de som, Gurwal Coïc-Gallas, responsável pelo som da animação.
No Instagram, ele contou que a escolheu porque ela mia o dia inteiro, mas, durante as gravações, parece ter ficado tímida. Tanto que ele teve que espalhar microfones pela casa inteira para capturar qualquer miado ou ronronar que ela emitisse e outros barulhos que fizesse.
Em algumas das tentativas mais felizes – que ele mostrou na rede social -, Miut aparece ronronando e miando para Gurwal, que aproveita para capturar os sons produzidos por ela, incluindo o afiar de suas unhas.
A seguir, assista ao vídeo editado pela Anda News com trechos do filme e do vídeo de Gurwal. Mais adiante, reproduzo o post do engenheiro de som.
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Foto (destaque): divulgação Janus Films