Apesar de terem alguns dos melhores sistemas de transporte público do mundo, países europeus que começam a relaxar as restrições de isolamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus, estão estimulando o uso da bicicleta entre seus cidadãos. O objetivo é que as pessoas priorizem as bikes em relação a ônibus, metrôs e trens, onde a aglomeração pode provocar uma nova onda de contágio.
Em cidades da Alemanha, desde o final de março, foram criadas ciclovias adicionais para permitir o maior fluxo de usuários e também, garantir a distância necessária entre eles.
Além disso, lojas de consertos de bicicletas foram consideradas como serviço essencial no país e permaneceram abertas durante toda a pandemia.
Na França, o governo anunciou esta semana um pacote de 20 milhões de euros de incentivo para a utilização de bikes (aproximadamente 120 milhões de reais). O dinheiro será investido na melhoria da infraestrutura de ciclovias e o aumento da rede de estacionamentos para bicicletas. Só na região de Paris, a meta é criar mais 750 km de vias exclusivas para ciclistas.
A ministra do Meio Ambiente, Elisabeth Borne, também revelou que será dado um auxílio de 50 euros por pessoa, para aqueles que quiserem consertar suas magrelas. Estima-se que cerca de 60% dos trajetos realizados na França, durante a semana, tenham uma distância de menos de 5 km.
“Queremos que esse período seja uma nova etapa em direção à cultura do ciclismo e queremos que a bicicleta seja a rainha do ‘desconfinamento'”, escreveu a ministra em seu Twitter. O início do relaxamento social na França foi marcado para 11 de maio.
Quem irá coordenar o programa de doação de dinheiro para o reparo das bicicletas é a Federação de Ciclismo da França, que já preparou 300 mil cheques. A frota delas por lá é de aproximadamente 30 milhões.
Também será oferecido gratuitamente um treinamento para aprender a pedalar com segurança: 1 a 2 horas de aulas, individualmente ou em um pequenos grupos.
“O uso das bicicletas pode ajudar a evitar uma segunda onda da pandemia de COVID-19”, acredita Olivier Schneider, presidente da federação de ciclismo.
Já o Ministério dos Transportes francês pretende agilizar a implementação de uma nova legislação que permitirá às empresas ajudar com até 400 euros (2,4 mil reais), por ano, a seus funcionários que optarem por usar a bicicleta para chegar ao local de trabalho.
*Com informações do The New York Times, Reuters e Ministère de la Transition écologique et solidaire
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