Fotógrafo alemão retrata fofura e alegria de cachorros idosos ou com deficiência

O fotógrafo alemão Christian Vieler (Vieler Photography) ama cachorros e está sempre rodeado deles, principalmente durante o trabalho. Tornou-se ‘especialista em comportamento canino’ ao produzir ensaios fotográficos lindos e muito divertidos. Não somente em Selm, na Alemanha, onde mora, mas em qualquer parte do mundo. 

Clica cachorros jovens, cheios de energia. Mas também idosos e, ainda outros, com alguma deficiência, que têm lugar especial em seu coração e em seu portfólio. 

No Instagram, Vieler divulga as cidades onde estará nos próximos meses e, em geral, sua agenda lota muito rápido (as inscrições são feitas por e-mail), como as de Nova York, onde está agora e volta em setembro, como também para Los Angeles.

Em Nova York, fotografou Sasha, que, de tão velhinho, tem o quadril travado e mal consegue andar. “Mas a alegria da vida está lá!” É só ver seus retratos antes, com semblante tristonho, e depois que o fotógrafo jogou-lhe um petisco”. 

Aliás, este truque foi o que tornou Vieler ainda mais famoso: quando o cachorro é inquieto, arredio, desconfiado, desanimado “ou fica cansado e não consegue mais se concentrar em mim”, é só atirar-lhe uma guloseima – pode ser um biscoito, uma pequena fruta, um legume -, que ele logo se anima e os flagrantes ficam sensacionais.

Mas o fotógrafo ainda destaca que o maior segredo para conseguir que milhares de cães se comportem e façam o que ele pede/quer “é tempo, calma, empatia e amor pelo animal”. 

Claro que o cachorro e o tutor podem parecer nervosos no início da sessão, “mas isso passa rápido. E, mesmo que o peludo não pegue o petisco direito, seu movimento sempre rende ótimas fotos, além de mais experiência”. Isso mostra que, quando se trata de comer, os velhinhos ficam atentos e driblam qualquer desânimo ou cansaço. 

“Comecei a fotografar cachorros idosos quando percebi como o meu envelheceu lentamente ao meu lado”, conta. “E isso vai ficar comigo pelo resto da vida: lindo e triste ao mesmo tempo”. 

Sim, os registros de Vieler são lindos, tiram expressões inusitadas dos cachorros e provocam compaixão, chamando a atenção para a velhice animal. Não são poucas as vezes em que os idosos são abandonados por seus donos que certamente só os queriam para diversão.

E isso nos faz lembrar, ainda, daqueles que passam a vida em abrigos, tornam-se os mais velhos da turma e dificilmente chegam à adoção. 

Alegria de viver

No caso dos cachorros com deficiência – em geral vítimas de maus tratos ou acidentes e com imobilidade nas patas traseiras -, todos os que posaram para Vieler vivem no abrigo ‘De Hun’nenhoff’, na cidade Schneverdingen, no norte da Alemanha. 

O fotógrafo foi até eles para fazer as fotos para dois calendários e imagens de divulgação da instituição. E é notável a felicidade e a curiosidade estampas em suas carinhas, mesmo sem o ‘truque’ das guloseimas (não adotado por motivos óbvios).

A instituição de bem-estar animal é especializada em ajudar “animais que, de outra forma, não teriam chance de sobreviver”, conta. Na época do ensaio, os voluntários cuidavam de 20 cães cadeirantes.

“As pessoas ficam impressionadas com a alegria e as ‘boas vibrações dos cães deficientes. Eles também acham que é uma ótima ideia dar palco para eles, sem se concentrar no sofrimento”. E acrescenta: “Esses cães estão felizes com sua segunda chance de vida – é isso que as fotos revelam”.

Por fim, Vieler conta que seu momento favorito durante o ensaio aconteceu quando “uma fêmea foi tirada da cadeira de rodas e parecia indefesa na minha frente porque não podia se mover”. Mas ela surpreendeu o fotógrafo: “Mesmo com apenas duas pernas, começou a se movimentar e mostrou sua alegria de viver e o quanto sabia se divertir. Foi um momento fantástico”. 

E completou: “Também foi muito comovente ver tantos cães se aproximaram de mim com confiança, apesar de terem experimentado as piores situações nas mãos de seres humanos”.
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Fotos: Christian Vieler/divulgação