No final de semana passado um raríssimo peixe-remo (Regalecus glesne), conhecido em algumas regiões também como regaleco ou peixe terremoto, apareceu boiando, morto, em La Jolla Cove, na costa norte de San Diego, na Califórnia. A espécie, que faz lembrar uma serpente, pode atingir até 6 metros de comprimento e não possui escamas, vive nas profundezas do oceano, entre 200 metros e mais de 1 mil metros, onde não há luz, apenas escuridão.
O peixe foi encontrado por um grupo de pesquisadores que estava mergulhando e fazendo caiaque. La Jolla Cove é uma região de rica biodiversidade marinha e bem próximo dali fica a sede do Scripps Institution of Oceanography, uma das mais importantes instituições do mundo de oceanografia. O corpo do animal, que tinha pouco mais de 3 metros, foi levado para ser analisado e passar por uma necropsia para identificar a possível causa da morte.
Desde o começo do século passado, apenas cerca de 20 peixes-remos foram registrados na costa da Califórnia.
Registro do peixe-remo encontrado em La Jolla Cove no último fim de semana,
dias antes do terremoto em Los Angeles
Foto: Michael Wang / Scripps Institution of Oceanography
Outro nome popular dado a essa espécie tem relação com o aparecimento dele estar ligado à ocorrência de desastres naturais. Chamado popularmente de ‘peixe do fim do mundo’, sobretudo no Japão, sua aparição sempre antecederia eventos como terremotos e tsunamis. Por habitar o fundo do mar, durante o movimento de placas tectônicas, ele emergiria à superfície. Entretanto, não há comprovação científica sobre essa hipótese.
Existem relatos, entretanto, que em 2017, antes do terremoto que aconteceu nas Filipinas, seis peixes-remo terem aparecido na costa. Anos antes, em 2011, quando Fukushima foi atingida por um tsunami, diversos deles também foram avistados.
Coincidência ou não, logo após o final de semana quando o peixe do fim do mundo surgiu em La Jolla Cove, na segunda-feira (12/08) um terremoto de magnitude 4.4 foi registrado em Los Angeles, a 180 km de distância.
O enorme peixe sendo levado para necropsia
Foto: Michael Wang / Scripps Institution of Oceanography
——————
Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular
Foto de abertura: Michael Wang / Scripps Institution of Oceanography
