Quem passou hoje pela Marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, um dos principais corredores da capital paulista, deve ter se deparado com dois bonecos infláveis gigantes no formato de um emoji de cocô, que estavam boiando próximo à Ponte Estaiada, um dos cartões-postais da cidade.
Eles são a mais nova ação do movimento #VoltaPinheiros para despertar a atenção dos paulistanos sobre o descaso completo diante de um dos seus mais importantes e simbólicos rios.
Os emojis infláveis têm 4x4m e foram produzidos em PVC, desta maneira, garantem os organizadores da campanha, assim que forem retirados do rio, serão reciclados.
Além dos bonecos gigantes, o #VoltaPinheiros enviou 50 kits para os vereadores da Câmara Municipal, representantes da prefeituras regionais e outros órgãos da cidade, além, é lógico, do prefeito João Dória e governador Geraldo Alckimin.
O kit era composto de uma carta pedindo a adesão dos destinatários ao comprometimento de – por uma vez por todas – iniciar o processo de revitalização do Rio Pinheiros e uma almofada de emoji de cocô, com um pequeno cartãozinho ao lado: Esta almofada é um confortável presente para quem consegue dormir com o Rio Pinheiros desse jeito.
O movimento #VoltaPinheiros é idealizado por um grupo de publicitários inconformados com uma situação, que se arrasta há décadas. Eles acreditam no poder da população de transformar a cidade e trazer a vida de volta ao rio.
A iniciativa não deixa de questionar também a inércia dos paulistanos e o frágil engajamento coletivo em relação ao maltratado rio, que na realidade, hoje parece mais um esgoto a céu aberto do que um curso d’água. Diariamente, milhões de pessoas passam ao longo de seus 25 quilômetros, mas só lembram que ele está ali por causa do mau cheiro.
#VoltaPinheiros conclama cidadãos, representantes do governo e de empresas, muitas localizadas às margens do Pinheiros, a se reunir e delinear um projeto coletivo para a limpeza do rio.
“Tivemos apenas uma reunião com o secretário adjunto e depois disso ficamos no esquecimento, assim como o Rio Pinheiros”, diz Marcelo Reis, publicitário e idealizador do movimento. “É triste perceber que a cidade adoraria contribuir para um movimento desses e as autoridades responsáveis continuam tão acomodadas”.
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Fotos: reprodução internet