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Na posse de Lula, tiros de canhão e fogos de artifício devem ser substituídos em respeito a autistas e animais

Cerimônia da posse de Lula deve substituir tiros de canhão e fogos de artifício em respeito a autistas e animais

Em 1º de janeiro de 2023, a salva de 21 tiros de canhão – tradicional nas posses presidenciais – deve ser substituída na celebração de posse do presidente eleito Lula. E o mesmo deve acontecer com a queima de fogos de artifício.

socióloga e futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja – responsável pela coordenação da posse – anunciou, em coletiva de imprensa, em 7/12, que está empenhada em procurar formas de reduzir os ruídos provocados pela solenidade, em respeito aos autistas e, também, aos animais de estimação. E que atende a pedidos de instituições da causa autista e de integrantes do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente na transição.

Cerimônia da posse de Lula deve substituir tiros de canhão e fogos de artifício em respeito a autistas e animais
Janja durante a coletiva de imprensa, em Brasília / Foto: reprodução de vídeo

“Atendemos uma demanda importante da sociedade civil, pensando nas pessoas com deficiência, que têm perturbação com barulhos excessivos. Achei importante chamar essas instituições para essa conversa porque foi uma demanda que surgiu durante a campanha presidencial, muitos pais de autistas falaram comigo e com o presidente Lula. Além disso, há uma demanda do GT do meio ambiente, que trata da proteção de animais, para a gente atentar sobre a questão da produção de ruídos”, contou.

“Vamos conversar com o cerimonial do Senado e ver essa questão. A gente vai analisar a salva de tiros de canhão e talvez substituir por algo que contemple o que a salva significa. São 21 tiros que estão no protocolo da posse. Eu já tive algumas ideias e vamos ver como podemos fazer isso”, completou. 

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No caso dos fogos de artifício, se for impossível eliminá-los da celebração, uma saída seria usar artefatos sem ruídos.

Resistência na posse?

Dias depois da eleição que deu vitória à Lula, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Janja confirmou que gostaria que a cachorrinha Resistência subisse a rampa do Palácio do Planalto com ela e Lula, mas que isso ainda não estava confirmado. 

Resistência é uma ‘Cinderela’ em versão canina. Foi adotada por Janja no fim de 2019, depois de 580 dias acompanhando as vigílias no acampamento em frente à Polícia Federal (batizada, também), em Curitiba, onde Lula estava preso [político].

Cerimônia da posse de Lula deve substituir tiros de canhão e fogos de artifício em respeito a autistas e animais
Foto: arquivo pessoal

O nome auspicioso foi dado pelos militantes que a protegiam e alimentavam, enquanto mantinham acesa a esperança de ver Lula livre e o cumprimentavam todos os dias, incentivando-o a resistir.

Assim que Lula foi libertado, conheceu Resistência, que virou seu xodó, e tornou-se mascote da campanha presidencial. Também é mascote das bandeiras do PT pelos direitos dos animais.

Em breve, ela vai morar no Palácio da Alvorada junto com sua ‘irmã mais velha’, Paris (no colo de Lula, na foto de destaque), outra vira-lata adotada por Janja.

Caso participe da cerimônia de posse, a presença de Resistência será mais um motivo para que não sejam queimados fogos de artifício na posse do pai e na festa do Brasil.

Esta não é a primeira vez que um ser canino ganha notoriedade ao lado do presidente de um país.

Em dezembro de 2021, quando Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile, prometeu que transformaria seu cachorro Brownie em símbolo da luta pela adoção de animais e contra maus-tratos (contei aqui).

Em março de 2022, quando tomou posse, Boric cumpriu a promessa e Brownie Boric Font, adotado há sete anos por ele e a namorada, Irina Karamanos, tornou-se o ‘Primeiro-Cão da República do Chile’. Ele comunicou o novo título em seu perfil no Instagram: Brownie Presidencial (fotos abaixo).

Gabriel Boric, presidente do Chile, e Brownie, o ‘primeiro-cão’

Festival do Futuro

No dia da posse, a expectativa é de que 300 mil pessoas compareçam à Brasília para participar de toda a festa, que inclui a cerimônia de posse do presidente eleito e o Festival do Futuro

A cerimônia acontecerá no Palácio do Planalto, a partir das 17 horas, e será transmitida ao vivo para todo o Brasil e o mundo e também pelos telões instalados na Esplanada dos Ministérios.

Por volta das 18h30, com Lula empossado, terá início o Festival do Futuro, apelidado carinhosamente e Lulapalooza. Com o slogan ‘A Alegria vai tomar posse’, serão realizados shows em dois palcos distintos – batizados em homenagem a Elza Soares e Gal Costa -, que reunirão diversos artistas.

Estão confirmados: Pabllo Vittar, Martinho da Vila, BaianaSystem, Zélia Duncan, Jorge Madeirada, Johnny Hooker, Teresa Cristina, Caetano Veloso, Fernanda Takai, Marcelo Jeneci, Odair José, Otto, Tulipa Ruiz, Gilberto Gil, Paulo Miklos, Duda Beat, Maria Rita e Valesca Popozuda, entre outros.

“Será uma grande festa!”, destaca Janja. “O dia 1º vai começar com muita alegria e terminar com muita a alegria. Isso é fundamental, é o que a gente espera. Por isso que a gente tá trabalhando para que o dia seja alegre e feliz para todos”.

Vai ter passagem da faixa?

Sobre a passagem da faixa à Lula, Janja confirmou que a ideia é seguir o que prevê o protocolo da cerimônia institucional: “o presidente que está deixando o cargo passa a faixa para o eleito”. 

No entanto, Bolsonaro já declarou que não vai seguir o ritual oficial. “Vocês terão que perguntar ao presidente em exercício. Se ele não entregar a faixa, vamos pensar como fazer”, acrescentou.

Certamente, o cerimonial já está estudando um novo protocolo, que será adotado caso necessário. 

E Janja revelou como será o roteiro da posse: “Vamos começar com o traslado do carro (Lula vai desfilar em carro aberto!) e subir a rampa do Congresso por volta das 14h15 ou 14h30 para estar no plenário às 15h. No Planalto, a gente espera começar às 17h porque queremos contar com esse belo pôr-do-sol de Brasília. Terminamos às 18h30 no Planalto para dar sequência no Itamaraty”.

A faixa presidencial foi instituída pelo presidente Hermes da Fonseca, em de 21 de dezembro de 1910, por meio do Decreto 2.299.

Quem sabe Lula, em janeiro de 2023 – ou seja, 113 aos depois – inaugura um novo ritual para a passagem deste símbolo nacional de poder.

Em 2003, ele recebeu a faixa presidencial das mãos de Fernando Henrique Cardoso, com toda elegância e respeito. E alegria. Este ano, não vai ser assim, mas pode ser melhor.

Foto: divulgação/Presidência da República

Exposição 

Emma 1º de janeiro, também será inaugurada a exposição Brasil do Futuro: as formas da democracia, no Museu Nacional da República, com curadoria de Lilia Schwarcz, historiadora, de Paulo Vieira, humorista, e de Marcio Tavares, secretário de Cultura do PT e integrante do GT de Cultura da transição.  

“A exposição tem curadoria feita por mim, Lilia Schwarcz e Paulo Vieira, que é um grande articulador e admirador do mundo da arte. Ela é o momento da posse que permanece após ela acontecer, simbolizando um novo cuidado com o patrimônio artístico, com a valorização das artes e dos artistas brasileiros”, declarou Tavares.

A mostra reunirá obras do próprio Museu Nacional da República, do Museu de Arte de Brasília, da Presidência e de artistas contemporâneos. 

Foto (destaque): reprodução vídeo Instagram

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