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“É hora de intensificar a vacinação”, declara Nísia Trindade, ministra da saúde, sobre a covid-19 no país

Na última sexta-feira, 5 de maio, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional da pandemia da covid-19. Mas o desejo de colocar um ponto final nesse pesadelo é tão grande, que muita gente saiu celebrando o fim da pandemia. Só que ela não acabou!

E foi o que a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, esclareceu, ontem à noite, durante rápido pronunciamento em cadeia de rádio, TV e internet.

Logo após dizer que o Brasil recebeu a notícia com esperança, ela destacou: “Ainda vamos conviver com a covid-19, que continua evoluindo e sofrendo muitas mutações, mas temos há mais de um ano a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sub-linhagens, sem o agravamento do quadro sanitário”, reforçando o que disse Tedros.

Nísia confirmou que o número de hospitalizações e óbitos reduziu graças à vacina e alertou que este é o cenário propício para “intensificar a vacinação!”. Em seguida, lembrou que o governo lançou, em fevereiro, Lula lançou o Movimento Nacional pela Vacinação.

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Na ocasião, o presidente tomou a dose bivalente, que protege contra a cepa original do coronavírus e também contra variantes ômicron.

SUS e futuras epidemias

A ministra lamentou as mais de 700 mil mortes, destacando que muitas poderiam ter sido evitadas e contou que, apesar de somente 2,7% da população mundial viver no Brasil, registramos 11% do total de mortes.

E enfatizou que o caos sanitário vivido no Brasil foi resultado do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, e que muitas vidas foram salvas devido ao empenho e à dedicação de cientistas e “trabalhadoras e trabalhadores da saúde”.

Agradecendo a dedicação de todos, Nísia ainda destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) o maior sistema universal de saúde do mundo -, que precisa ser fortalecido para que possamos enfrentar “futuras epidemias [já anunciadas no mundo] e emergências sanitárias“.

Vale lembrar que o governo Bolsonaro tinha um plano para destruir o SUS, que foi ‘abortado’ quando a pandemia chegou ao país. Que ironia! A covid-19 salvou nosso sistema de saúde, considerado modelo no mundo. Com o novo governo, não há mais ameaças. Como bem destacou Nísia, “o presidente Lula tem se dedicado desde o primeiro dia de governo ao seu fortalecimento e à política do cuidado“.

E acrescentou: “É hora de fortalecermos nossa capacidade científica e tecnológica e de superarmos as desigualdades sociais, que fazem com que a pandemia atinja de forma desigual aqueles em situação social de maior vulnerabilidade“.

A ministra finalizou seu pronunciamento destacando que cientistas, governo, trabalhadores/as da saúde e toda a sociedade devem se unir pela preservação da vida e pela melhoria das condições de prevenção de doenças e promoção da saúde.

“É hora, sobretudo, de valorizarmos a vida, a saúde e a cultura democrática!”.

A covid-19 no Brasil

Para acompanhar as estatísticas da pandemia da covid-19 no Brasil, a imprensa não precisa mais se unir e criar um consórcio para obter informações atualizadas (como aconteceu no governo Bolsonaro, quando o então Ministério da Saúde se recusou a divulgar dados).

O Ministério da Saúde mantém uma página – Coronavírus Brasil – com dados fornecidos pelo SUS diariamente, que pode ser consultado por qualquer pessoa.

A seguir, leia a transcrição do pronunciamento da ministra Nísia Trindade ou assista ao vídeo no final do post.

O pronunciamento na íntegra

Foto: Ministério da Saúde/divulgação

A Organização Mundial da Saúde declarou, no dia 5 de maio, que a pandemia de covid-19 não é mais uma  Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espiin). Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança.  

Ainda vamos conviver com a covid-19, que continua evoluindo e sofrendo muitas mutações, mas temos há mais de um ano a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sub-linhagens, sem o agravamento do quadro sanitário.

Temos uma redução progressiva do número de hospitalizações e óbitos, resultado de proteção da população pelas vacinas

Neste cenário, entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas

Infecções pelo vírus SARS-COV2 vão continuar e devemos manter cuidados. Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos. 

Um alerta: É hora de intensificar a vacinação! As hospitalizações e óbitos pela covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas. 

Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um Movimento Nacional pela Vacinação de reforço para covid-19. Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida.

Muitos foram os obstáculos  ao longo desta pandemia. O pior impacto foi a perda de tantas vidas e saber que muitas poderiam ter sido salvas. Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas.

2,7% da população mundial vive em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes!!! 

Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência, se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país.

Não podemos esquecer! Precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno

Neste momento, quero agradecer a todas e todos que lutaram em defesa da nossa sociedade. Arriscando a própria vida, principalmente antes do desenvolvimento de vacinas.

E se as vacinas foram responsáveis por salvar vidas, devemos agradecer aos cientistas e aos laboratórios que as desenvolveram e as produziram. Um agradecimento especial ao papel desempenhado no Brasil pelo Instituto Butantan, pela Fiocruz e pela Anvisa.

Mesmo com todos os desmontes da ciência e tecnologia, nossas universidades e institutos de pesquisa não mediram esforços na busca de soluções. Devemos agradecer também aos governadores e prefeitos que não se deixaram levar pelo negacionismo e contribuíram decisivamente para o enfrentamento da pandemia. E também, à sociedade civil que se engajou nesse processo.

Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limite das trabalhadoras e trabalhadores da saúde. A eles, agradeço em meu nome e em nome do Presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS.

É hora também de aprendermos as lições desta pandemia. De fortalecermos o Sistema Único de Saúde, o maior sistema universal de saúde do mundo.  De nos prepararmos com programas consistentes para futuras epidemias e emergências sanitárias. De fortalecermos nossa capacidade científica e tecnológica e de superarmos as desigualdades sociais, que fazem com que a pandemia atinja de forma desigual aqueles em situação social de maior vulnerabilidade.

É hora, sobretudo, de valorizarmos a vida, a saúde e a cultura democrática!

Vamos atuar juntos – governo, trabalhadoras e trabalhadores da saúde, comunidade científica e toda a sociedade – para preservar a vida e melhorar as condições de prevenção de doenças e promoção da saúde para nunca mais vivermos os dias terríveis do passado recente e construirmos um futuro melhor”.

Foto: reprodução do vídeo

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