
Após 70 anos de extinção local, tigres podem ser observados mais uma vez na Reserva Natural de Ile-Balkhash, no Cazaquistão, na Ásia Central. Há poucos dias, Bodhana e Kuma, um macho e uma fêmea, vindos do Santuário Anna Paulowna, na Holanda, chegaram ao país. O casal ficará vivendo em um enorme recinto e o objetivo é que seus possíveis filhotes sejam para soltos no futuro.
O projeto de reintrodução dos tigres-siberianos, também conhecidos como tigres-de-amur, faz parte de um grande programa do governo do Cazaquistão para restaurar a flora e a fauna de Ile-Balkhash, e assim, trazer de volta espécies que desapareceram dali.
“É uma alta prioridade para o Cazaquistão trabalhar na restauração de espécies raras. Para valor ecológico, é importante que nossa cadeia de biodiversidade seja restaurada. E que o tigre que viveu nesta área seja reintroduzido aqui”, destacou Daniyar Turgambayev, vice-ministro de Ecologia e Recursos Naturais do país.

Foto: WWF-Central Asia / Iliyas Seitov
Bodhana e Kuma pertencem à subespécie de tigres-siberianos (Panthera tigris tigris). No passado, a encontrada no Cazaquistão e em vários outros países da Ásia era a do tigre-cáspio (Panthera tigris virgata), todavia, ela foi completamente extinta no mundo. Como as duas são muito parecidas, optou-se por usar a primeira.
A translocação e o projeto de reintrodução dos tigres-siberianos contam com a parceria da organização WWF. A expectativa é que, até 2035, a população da espécie, em vida livre, seja de 50 indivíduos.

Foto: WWF-Central Asia / Iliyas Seitov
Em junho do ano passado, outra espécie icônica do Cazaquistão também voltou a ser observada. Após 200 anos, os cavalos-de-przewalski (Equus ferus przewalskii) foram reintroduzidos no país. Essa subespécie selvagem, de porte menor do que seus contra-pares domesticados, também era observada na Mongólia e na China, mas foi extinta na natureza.
Assim como os tigres-siberianos, os cavalos eram nascidos em cativeiro, em um zoológico, em Berlim, na Alemanha, e um em Praga, na República Tcheca. De lá eles viajaram cerca de 30 horas de avião para ganharam a liberdade.
Há ainda outra iniciativa de sucesso no Cazaquistão, com a impressionante recuperação do antílope saiga (Saiga tatarica), que passou da beira da extinção para 2 milhões de indivíduos (leia sobre essa história incrível aqui).
*Texto atualizado em 15/01/25 para corrigir a informação sobre a subespécie de tigre envolvida no projeto de reintrodução
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Foto de abertura: WWF-Central Asia / Iliyas Seitov
Na verdade a espécie que habitava o país era o Tigre-do-Cáspio.
Oi Guilherme,
Obrigada pela mensagem.
Sim, você tem razão. Mas essa subespécie foi extinta totalmente e o Amur é muito parecido com ela.
Abraço,
Suzana