![Descoberta nova espécie de aracnídeo no Brasil, um opilião encontrado em Minas Gerais](https://conexaoplaneta.com.br/wp-content/uploads/2025/02/descoberta-opiliao-minas-gerais-ednardo-martins-conexao-planeta.jpg)
Com o corpo curto e pernas finas e longas, o novo opilião brasileiro foi descoberto pelo brigadista, monitor ambiental e fotógrafo Ednardo Martins, na Reserva Biológica (Rebio) da Mata Escura, localizada em Jequitinhonha e Almenara, norte de Minas Gerais. Era 2022, e ele fazia um trabalho de campo quando se deparou com o aracnídeo. Tirou uma foto e postou na plataforma iNaturalist, onde o pesquisador Adriano Brilhante Kury, curador de aracnídeos do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reconheceu o animal como membro do gênero Cajango.
Kury acreditava que o opilião pertencia a uma espécie que ele havia descrito, descoberta na Bahia há muitos anos, por isso ele gostaria de confirmar que sua suspeita estava certa. Foi realizada então uma expedição à Mata Escura, onde depois de uma primeira tentativa, Martins e o pesquisador conseguiu encontrar o pequeno animal.
Após análises em laboratório e comparações com indivíduos de outras espécies do gênero Cajango foi constatado que o aracnídeo registrado por Martins era uma nova espécie para a ciência. Para homenageá-lo, Kury e Alexia Granado, autores do artigo que a descreve na publicação internacional Zootaxa, o batizaram de Cajango ednardoi.
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encontrado em Mata Escura
Foto: Adriano Kury
Martins, que atualmente trabalha como colaborador na Rebio Mata Escura, nasceu e foi criado no Quilombo Mumbuca, território com sobreposição sobre essa região de Mata Atlântica.
“Sempre tive como meu quintal a Mata Escura. Sempre ouvia histórias relacionadas à “Mata Escura”, mesmo antes de ser criada a reserva. Era como se fosse um mundo encantado quando eu era ainda criança. Vinha em minha cabeça mil imaginações. Era meu mundo imaginário. O tempo se passou e veio o decreto de criação de Reserva Biológica Mata Escura. Naquele tempo foi como se meu mundo tivesse acabado! Diziam as más-línguas que teríamos que sair daquele lugar onde sempre vivemos. Era muita informação pra ser absorvida”, contou ele em seu perfil no Instagram, onde divulga suas fotografias.
A Rebio da Mata Escura foi criada oficialmente em 2003 e protege mais de 50 mil hectares de Mata Atlântica. Essa unidade de conservação também faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela UNESCO, sendo a primeira da Rede Mundial de Reservas da Biosfera declarada no Brasil.
Apesar do temor, Martins iria conhecer de perto o trabalho e a importância da criação de uma área protegida. Em 2016, ele se candidatou a uma vaga de trabalho na Rebio.
“O contrato durou apenas seis meses, mas foi tempo suficiente para conseguir mudar minha vida completamente. Por ser da região, conhecer lugares e pessoas eu sempre era acionado pra acompanhar pesquisadores em trabalhos de campo”, relembra. “Me empolguei com o trabalho dos pesquisadores. Comecei a enxergar a NATUREZA COMO ELA É. Fiz economias e almejei a aquisição de minha primeira câmera fotográfica. Sair para o mato para observar a natureza e fotografar passou a ser minha maior diversão. Eu sabia que havia muita coisa para ser mostrada e que havia grande chance que eu pudesse encontrar também espécies novas dentro da Mata Escura.”
E não foi que ele encontrou mesmo uma espécie nova?! E agora o seu nome, através do Cajango ednardoi, será eternizado pela biologia.
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Foto: arquivo pessoal
*Com informações contidas no texto de divulgação do ICMBio
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Foto de abertura: Ednardo Martins
Lembro quando morava no RS, na zona rural de Pelotas. Tinha aracnideos parecidos com este nas lenhas e eram muito lentos e fedorentos. Chamamos de aranhas fedorentas.