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Descoberta nova espécie de aracnídeo no Brasil, um opilião encontrado em Minas Gerais

Descoberta nova espécie de aracnídeo no Brasil, um opilião encontrado em Minas Gerais

Com o corpo curto e pernas finas e longas, o novo opilião brasileiro foi descoberto pelo brigadista, monitor ambiental e fotógrafo Ednardo Martins, na Reserva Biológica (Rebio) da Mata Escura, localizada em Jequitinhonha e Almenara, norte de Minas Gerais. Era 2022, e ele fazia um trabalho de campo quando se deparou com o aracnídeo. Tirou uma foto e postou na plataforma iNaturalist, onde o pesquisador Adriano Brilhante Kury, curador de aracnídeos do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reconheceu o animal como membro do gênero Cajango.  

Kury acreditava que o opilião pertencia a uma espécie que ele havia descrito, descoberta na Bahia há muitos anos, por isso ele gostaria de confirmar que sua suspeita estava certa. Foi realizada então uma expedição à Mata Escura, onde depois de uma primeira tentativa, Martins e o pesquisador conseguiu encontrar o pequeno animal.

Após análises em laboratório e comparações com indivíduos de outras espécies do gênero Cajango foi constatado que o aracnídeo registrado por Martins era uma nova espécie para a ciência. Para homenageá-lo, Kury e Alexia Granado, autores do artigo que a descreve na publicação internacional Zootaxa, o batizaram de Cajango ednardoi

Descoberta nova espécie de aracnídeo no Brasil, um opilião encontrado em Minas Gerais
O novo opilião parece estar restrito a altitudes entre 750 e 1.100 metros e o primeiro
encontrado em Mata Escura
Foto: Adriano Kury

Martins, que atualmente trabalha como colaborador na Rebio Mata Escura, nasceu e foi criado no Quilombo Mumbuca, território com sobreposição sobre essa região de Mata Atlântica.

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“Sempre tive como meu quintal a Mata Escura. Sempre ouvia histórias relacionadas à “Mata Escura”, mesmo antes de ser criada a reserva. Era como se fosse um mundo encantado quando eu era ainda criança. Vinha em minha cabeça mil imaginações. Era meu mundo imaginário. O tempo se passou e veio o decreto de criação de Reserva Biológica Mata Escura. Naquele tempo foi como se meu mundo tivesse acabado! Diziam as más-línguas que teríamos que sair daquele lugar onde sempre vivemos. Era muita informação pra ser absorvida”, contou ele em seu perfil no Instagram, onde divulga suas fotografias.

Rebio da Mata Escura foi criada oficialmente em 2003 e protege mais de 50 mil hectares de Mata Atlântica. Essa unidade de conservação também faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela UNESCO, sendo a primeira da Rede Mundial de Reservas da Biosfera declarada no Brasil. 

Apesar do temor, Martins iria conhecer de perto o trabalho e a importância da criação de uma área protegida. Em 2016, ele se candidatou a uma vaga de trabalho na Rebio.

“O contrato durou apenas seis meses, mas foi tempo suficiente para conseguir mudar minha vida completamente. Por ser da região, conhecer lugares e pessoas eu sempre era acionado pra acompanhar pesquisadores em trabalhos de campo”, relembra. “Me empolguei com o trabalho dos pesquisadores. Comecei a enxergar a NATUREZA COMO ELA É. Fiz economias e almejei a aquisição de minha primeira câmera fotográfica. Sair para o mato para observar a natureza e fotografar passou a ser minha maior diversão. Eu sabia que havia muita coisa para ser mostrada e que havia grande chance que eu pudesse encontrar também espécies novas dentro da Mata Escura.”

E não foi que ele encontrou mesmo uma espécie nova?! E agora o seu nome, através do Cajango ednardoi, será eternizado pela biologia.

Descoberta nova espécie de aracnídeo no Brasil, um opilião encontrado em Minas Gerais
Ednardo de câmera e binóculo nas mãos
Foto: arquivo pessoal

*Com informações contidas no texto de divulgação do ICMBio

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Foto de abertura: Ednardo Martins

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Otto Feldens
Otto Feldens
5 horas atrás

Lembro quando morava no RS, na zona rural de Pelotas. Tinha aracnideos parecidos com este nas lenhas e eram muito lentos e fedorentos. Chamamos de aranhas fedorentas.

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