Foi o olhar treinado de dois pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que identificaram algo especial numa árvore frutífera de mais de 7 metros de altura. O espécime foi encontrado no Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, uma área de proteção no município de Maricá. Durante duas expedições ao local, em 2018 e 2023, e ao longo dos cinco anos, Thiago Fernandes e João Marcelo Braga fizeram coletas de amostras e acompanharam o desenvolvimento da planta para poder fazer uma análise mais profunda e provar o que desconfiaram.
Pois no mês passado, em artigo científico divulgado no jornal Brittonia, publicação do Jardim Botânico de Nova York, os brasileiros descrevem a descoberta da nova espécie de árvore da Mata Atlântica e a suspeita de que ela é o único exemplar conhecido no mundo.
A árvore, batizada de Siphoneugena carolynae, é uma parente próxima das jabuticabeiras – que só existem no Brasil e em nenhum outro lugar do planeta.
“Essa nova espécie possui apenas um único indivíduo conhecido até o momento. É a décima terceira espécie do gênero Siphoneugena registrada até hoje. Coletamos com os frutos verdes ainda. Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que são semelhantes às jabuticabas (gênero Plinia)”, explica Fernandes.
Segundo o artigo publicado na Brittonia, não há dados suficientes ainda para classificar o status de conservação da nova espécie da Mata Atlântica. Entretanto, provavelmente quando houver mais informações, ela possivelmente será classificada em ‘perigo crítico’ de extinção, já que até o momento, só há documentação desse único exemplar achado em Maricá.
“Essa nova descoberta é um passo adiante para o conhecimento pleno da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência. Além disso, demonstra a importância das áreas protegidas para a conservação dessa e de outras espécies raras e com distribuição restrita”, ressalta o principal autor do estudo.
Os frutos ainda verdes da nova árvore frutífera descoberta na Mata Atlântica
Foto: Thiago Fernandes
O nome científico Siphoneugena carolynae é uma homenagem à pesquisadora Carolyn Proença, da Universidade de Brasileira, especialista sênior em Myrtaceae, que tem uma longa carreira de contribuições para a taxonomia e biologia reprodutiva das espécies dessa família.
Os pesquisadores destacam ainda que a região de Itaocaia sempre despertou muito interesse de naturalistas. O britânico Charles Darwin esteve hospedado numa fazenda lá, em 1832.
A árvore de Maricá: única espécie que se tem conhecimento no mundo
Foto: Thiago Fernandes
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Foto de abertura: Thiago Fernandes
Pelo aspecto do fruto da impressão que seja Cambuí, tem a folha idêntica à jaburicabeira, mas seus frutos são pequenos. Comi muito quando era criança.
Já vi essa fruta nas fazendas do Maranhão
Tomara que sim. Mande uma fotos. No Instagram.
Se quiserem comprar podem me procurar, essa era a minha merenda no caminho da escola chamado de mameluco
Na verdade uma espécie de mameluco
Pitomba
O pé de Cambuí não é alto assim como uma árvore, o tamanho do pé de Cambuí parece com a acerola “ arbusto”
Conheço com o nome de araçaúna e sei onde tem um pé ainda no tamanho médio. Muito saboroda e fica mesmo parecida com jabuticabas. Espirito Santo sempre acha um pé. EArvore bem alta e dá frutos no galho e nao no tronco como jabuticabas. Muito saborosa mesmo.
Cambui é arbusto.
Essa fruta lembra um pouco a Grumixama da mata atlântica
Nada Haver, tenho pé de grumixama , seus frutos são escuros, e nascem nas pontas dos ramos.
Eu tenho dessa arvore aqui no meu sitio.
A fruta parece uma goibinha com um caroço univo
Kkkkkk pense cada coisa dar o nome pra o que já tem esta foi boa venham pra Pernambuco e mostrarei os pés que tenho no pé da serra sira do serrado.benéfica pra saúde também .
Não é verdade.
Tem essa árvore perto de minha casa a muito tempo.
Eu tenho uma árvore no meu quintal que tem o aspecto e que dá frutinhos bem pequenininhos, parecidos com a uvaia. Já perguntamos a várias pessoas ligadas à botânica, mas ninguém conhece. Gostaria de, caso alguém se interessar, mandar uma imagem dela para reconhecimento.
Desculpem-me ter fugido do tema, que é super relevante. Aliás, espero que as árvores que vocês comentaram sejam realmente a mesma da pesquisa. Seria um alento saber que não está em extinção, afinal.
Um abraço cordial.
É comum no nordeste uma fruta silvestre chamada GUABIRABA, tem galhos, folhas e frutos idênticas a essa
Não é Guabiraba, o fundo da Guabiraba é semelhante ao da goiaba, a Guabiraba é uma jaboticaba branca por dentro .Essa fruta parece mais com o Cambuí!
Não será guabiju?
Acho que sim, ela fica preta quando madura e tem o sabor da guavirova.
Pensei nisso!!!Guabiju temos aqui no Extremo Sul, inclusive no meu sítio!!!
Até um dia desses ela não existia; hoje é a única!!! Chamem a fruteira de “guataíba”!
Kkkkk era única, mas muitos a conhece .kkkk bluguei agora
Suelia,
Só quem pode dizer se é a mesma são os botânicos, profissionais com longa experiência, e que fizeram uma profunda análise da árvore e suas amostras.
Muita gente escreve dizendo que já viu antes ou “tem no quintal de casa”, mas são leigos e não possuem conhecimento na botânica para afirmar algo assim.
Abraço,
Suzana
Botânico conhece o Brasil todo?? Todas as árvores?? Na Bahia tem essa frutinha, a mais de 100 anos
Essa espécie tem a muito tempo aqui em Armação dos Búzios da época dos caiçara é conchinha aqui cambuin uma fruta muita boa .
Me parece que já avistei um indivíduo desses em BUZIOS também. Inclusive em meu terreno. Será ? Consultarei o JABOT
Essas folhas,flores e frutos são familiares para mim
Se é a única árvore , como se faz a polinização para que haja fruto , não precisaria de outra ?
Não precisa de outra se for monoica.
Essa fruta me lembrou muito o araçá
O nome da fruta é “Maria Preta”.
Muito conhecida em Minas Gerais
Eu reconheci essa frutinha assim que vi também. Nem é tão boa pra comer mas tem em biomassa que vão do RS ao MT. Nunca pensei que andar pelos matos me colocaria a frente de uma tao importante descoberta científica. Certo q esse povo que estuda muito so tem tempo pra andar no mato depois que estuda uns 15 anos . E ainda levam 5 pra se sertifica disso 😂
Prezado Augusto,
Nenhuma espécie pode ser reconhecida apenas por fotos. A análise inclui um longo estudo e comparações com outras espécies da mesma família. Sim, esse é um trabalho sério, que requer muito tempo, por isso mesmo os profissionais estudam anos e tem o conhecimento necessário para descrever novas espécies para a ciência.
Abraço,
Suzana
Tem uma aqui na região que creio eu que seja da mesma espécie, pois o fruto quando maduro fica preto e é bem adocicado, bem parecido com o da foto da matéria!
Varjão de Minas, MG, rodovia 365, km 358.
Já vi esta fruta no Rio de Janeiro e em Goiás. Realmente o fruto parece com a jabuticaba, mas o gosto é totalmente distinto, é massudo e não tem o azedume da outra.
Fazer novas .mudas a partir de sementes ajuda também
Já mentiram que existe só 1 .
Só nos comentários vi uns quarto árvore
Prezada Rosi,
Os comentários são de leigos, que apenas viram fotos da notícia. Só mesmo quem pode determinar a espécie são botânicos, que fazem análises, inclusive de DNA, e comparações com outras espécies que podem parecer as mesmas, mas são distintas. O trabalho para a descrição de uma nova espécie, seja de planta ou animal, demora anos e passa por um processo muito rigoroso de validação.
Abraço,
Suzana
No norte de minas tem uma planta exatamente igual essa aí, a folha o fruto e a flor são exatamente igual, sempre nas beiras dos rio, a amadurecer a fruta e roxa, quase preta, sabor adocicado, muito apreciado por peixes e pássaros
Aqui no Maranhão no lugar onde moro tem diversas árvores dessa daí
O nome popular e grumixama?
Oi Marco,
Não há ainda um nome popular para a fruta, pelo menos que se tenha conhecimento.
Abraço,
Suzana
Essa fruta lembra o Cambuí Roxo. Nasce verde, fica rosada e quando está maduro fica roxo escuro quase preto. Mas tem formato ovalado,
diferente da que está sendo apresentada pela reportagem que tem formato arredondado.
Pelo fruto, parece até Camu Camu, é um Parece não Parece jabuticaba,
Essa fruta é conhecida aqui no RS como guapuriti, tem muitas árvores nas matas por aqui,ela amadurece por volta de novembro ou mais tarde , todo ano eu como dela quando vou na roça
Bom dia, como professor de biologia há quase 25 anos, observo que ainda temos muito a caminhar em relação à alfabetização científica nas escolas e espaços informais e não formais. Parabéns pela reportagem. Essas discussões são fundamentais para esse processo de popularização do conhecimento científico e troca de saberes.
Prezado Vander,
Muito obrigada pela mensagem! Nosso objetivo no Conexão Planeta sempre foi escrever reportagens com uma linguagem mais didática, aproximando assim a ciência da sociedade.
Grande abraço,
Suzana
Esta fruta é conhecida aqui na minha região como cambui eu mesmo tenho muita aqui na minha chacara no pontal do peba aqui em alagoas
Quando nós morava em Rondônia em 85 tinha muito dessa árvore aí o governo era o Sarney arrancou tudo as madeiras que tinha ali mas morou debaixo da mata fechada virgem com dois anos já tinha mais de 20 km de casa construída derrubaram todas as madeiras módulo cerejeira Cedro Rosa todo tipo de Cedro todo tipo de madeira que tinha ali o governo que mais roubou foi o José sargento e essa frutinha tinha lá
No meu sítio parece que tem desta árvore meu sítio fica no município de Tapiraí
Era única no mundo, mas com essas descobertas nos comentários a família inteira da árvore, está no Brasil todo
Saudações a todos. O meu espanto é saber que tais descobertas, segundo a reportagem, não fala da importância de se consultar a população. Afinal, se é uma espécie única, por qual motivo muitos a conhecem por nomes diferentes. Deveria haver uma consulta prévia antes de soltar a informação. O fato é: uma fruta rara, parecida com a jaboticaba, proveniente de um tronco alto. Se é única, porquê tantas pessoas a conhecem em diferentes lugares e sob nomes diferentes??? Que reportagem é essa cara jornalista? Hoje não cabe imposição de informação. No final, a produção do conhecimento, resultado do fato pela sua informação, depende de um todo, não somente daquele que deseja produzir. Cabe a todos questionarmos e fazer juízo de valor, onde temos tantas notícias tendenciosas sendo veiculadas com fins específicos. Brasil, juntos somos mais fortes e soberanos. O campo não é a cidade, a natureza por si se informa a todos, naturalmente.
Prezado Mark,
Obrigada pela mensagem.
Qualquer descrição de uma nova espécie, seja de planta ou de animal, envolve anos de estudo, EM CAMPO, mas também em laboratório, com a comparação com outras espécies já conhecidas e descritas anteriormente. Há um rigor científico enorme envolvido, e antes que a divulgação da nova espécie ocorra, outros pesquisadores analisam o estudo para atestar sua legitimidade. Não estamos menosprezando o conhecimento popular, longe disso, mas é impossível afirmar apenas através de fotos, em um artigo da internet, se a fruta que existe no seu quintal é a mesma ou não daquela encontrada pelos pesquisadores, que estudaram anos para conseguir diferenciar, nesse caso, plantas que parecem iguais, mas não são.
Abraço,
Suzana
Oi Suzana, boa noite!.
Li a reportagem e todos os comentários e percebi que a grande maioria dos comentaristas é leiga, o quê certifica a enorme distância entre a ciência e a população. Este fato sugere que há muito a ser melhorado nos ensinos fundamental e médio.
Sou professor de Matemática e Física e trabalhei longos anos no ensino superior, além do fundamental e médio. Estou aposentado desde 2oo6, porém sou apaixonado pela natureza viva, principalmente. Tenho, como hobby, desde o início da década 70, fazer toda semente que encontro transformar-se numa mudinha. Com um detalhe: só faço doação.
Pra finalizar, quero citar um exemplo: sou apaixonado pelas JABUTICABEIRAS, especialmente A SABARÁ. Pesquisando, encontrei no GOOGLE que elas somam mais de 170 variedades, sendo a SABARÁ a mais difundida e preferida entre a população. Elas são semelhantes, mas diferem umas das outras nos seus DNAs.
Suzana, isto pode estar acontecendo entre alguns comentários acima, não pode?
Parabéns pelas suas explicações!
Oi Wilson,
Obrigada pela longa e atenciosa mensagem.
Sim, imagino que muitas dessas plantas que as pessoas citam possam fazer parte da mesma família da espécie encontrada, mas realmente, só exames genéticos, como os que atualmente são possíveis de serem realizados, é que realmente confirmam qualquer tipo de possibilidade. E quem tem acesso a eles são os pesquisadores/botânicos.
Parabéns pelo trabalho com as mudas!
Grande abraço,
Suzana
Eu tenho uma no quintal de manhã casa, também conhecida com o nome de grumixama dito por quem me deu a muda!
A madeira foi muito explorada por ser de boa qualidade e isso quase a levou a extinção!