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Desafio Natureza nas Cidades: ‘competição’ reúne apaixonados pela natureza em mais de 65 cidades pelo mundo

A “competição” promovida pela plataforma de ciência cidadã iNaturalist, desde 2016, este ano ganhou dimensão ainda mais global com a parceria de 300 instituições e a adesão de mais de 65 cidades dos cinco continentes, entre elas, sete brasileiras: Manaus, Salvador, Rio de Janeiro, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis e São Paulo.

Com o objetivo de incentivar os moradores de cada cidade participante a registrar a presença de animais, plantas e outros organismos vivos, o Desafio Natureza nas Cidades (City Nature Challenge) terá início em 27 de abril às 00h01 e terminará três dias depois, em 30/4, às 11h59.

Então, se você é apaixonado pela natureza – seja de coração ou como curioso apenas, ou ainda como entusiasta ou ativista de conservação, ou se seu grande sonho é ser cientista – está convidadísima/o a participar. E convide as crianças, os adolescentes, os mais velhos…

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Basta observar, registrar a natureza em todas as suas formas e inscrever as imagens produzidas no site ou no aplicativo do evento (Apple App Store, para sistema iOS, ou Google Play, para Android). No final do post, está o passo a passo.

E, se quiser ir além em sua participação nesta linda ação global, de 1 a 3 de maio você ainda pode ajudar um time de voluntários da comunidade online na identificação de todos os registros. O resultado sai no dia seguinte, 4 de maio.

Da Califórnia para o mundo

O City Nature Challenge foi criado há dois anos pelas pesquisadoras Lila Higgins, do Museu de Los Angeles de História Natural, e Alison Young, da Academia de Ciências da Califórnia. No ano seguinte, a iniciativa reunia apenas 16 cidades americanas, mas seus voluntários reuniram 125 mil registros da fauna, da flora e das águas. Inclusive de inúmeras espécies ameaçadas de extinção, incluindo borboletas, lagartos e onças.

Agora, o desafio torna-se um programa global com a adesão de mais 65 cidades, entre elas Roma e Pádua (Itália), Barcelona, Sevilha e Madri (Espanha), Londres e Plymouth (Reino Unido), Praga (República Checa), Guimarães (Portugal), Berlim (Alemanha), Tóquio (Japão), Hong Kong (China), Mumbai e Ahmedabad (Índia), Kuala Lumpur (Malásia), Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Mauí (Havaí), Palmer Station (Antarctica), entre outras. Acompanhe pelo mapa abaixo.

O Desafio, no Brasil

A realização do Desafio Natureza nas Cidades no Brasil só foi possível graças à parceria de Higgins e Young com o pesquisador brasileiro em Conservação da Biodiversidade, Sandro Von Matter (que assina o blog Avoando, no Conexão Planeta), e também com um dos maiores especialistas em Ciência Cidadã do mundo, Russell E. Train Legacy Scholar.

Vale destacar, aqui, que o Desafio é apenas uma das etapas do projeto do iNaturalist, que engloba uma série de campanhas voltadas a coleta de dados sobre biodiversidade em cidades e Unidades de Conservação (UC). Além de coordenador nacional do Desafio, Von Matter é o principal responsável pela tradução, adaptação e lançamento da plataforma de ciência cidadã, iNaturalist, no país.

Como já comentei e indiquei no início deste texto, este ano, sete cidades brasileiras estarão participando da “competição”, que tem um coordenador em cada município participante, todos ambientalistas reconhecidos: Helena Aguiar (Manaus), Andreia Vitório (Salvador), Diogo Loretto (Rio de Janeiro), José Sabino (Campo Grande), Renata Leite Pitman (Curitiba), Luisa Lopes (Florianópolis) e Von Matter (São Paulo).

A ação no país ainda conta com o apoio de embaixadores, profissionais bastante ativos em suas áreas de atuação, como jornalistas (eu, Matthew Shirts, Claudia Ghaigher, Paulina Chamorro e Vandré Fonseca fazemos parte), pesquisadores (Paulo Saldiva, Natália Pasternak, Fernanda Werneck, Carla Bantel, Luciano Montag, por exemplo), representantes de organizações (Ana Cristina Barros, da The Nature Conservancy, e Suzana Pádua, do Instituto Ipê) e outros especialistas (como Mauricio Guetta, advogado ambiental).

E você também pode acompanhar os movimentos do Desafio pelas redes sociaisFacebook e Instagram – e participar usando a hashtag #DesafioNaturezaNasCidades.

Porque esta iniciativa é importante

Tratados internacionais sobre biodiversidade – como a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção e a Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres – enfatizam a importância de acompanhar as mudanças no estado da biodiversidade global e manter registros atualizados sobre ela.

Soma-se a isso, uma das principais funções do Painel Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos da ONU, que é “realizar avaliações periódicas do conhecimento sobre a biodiversidade”.

Pois, para atingir tais metas globais não há outra maneira do que envolver governos, organizações não-governamentais e a sociedade, para que todos apoiem, participem e estimulem iniciativas inovadoras, principalmente as que ajudam a coletar dados e a monitorar a biodiversidade.

Envolver o grande público nessa missão é sábio. Só assim é possível fazer a revolução da ciência cidadã, na qual cientistas coordenam projetos que integram toda a sociedade na coleta de dados ambientais, ao mesmo tempo em que procuram comunicar a Ciência de forma aberta e acessível.

Este é um ponto nevrálgico e delicado para a Ciência e é um dos objetivos do Desafio Natureza nas Cidades. Conectar as pessoas à natureza presente nas cidades – por meio da disseminação de conhecimento e da valorização da biodiversidade local.

A natureza ainda está presente na maior parte das cidades pelo mundo e a melhor maneira de mantê-la e tornar as cidades mais verdes – com o aumento da concentração da população humana, que provoca impactos socioambientais inevitáveis – é estudá-la e integrar comunidades locais e científicas. Seremos 9,6 bilhões em 2050!!!

Estudar a biodiversidade urbana é essencial para o futuro da conservação das espécies no planeta Terra. Somente com a criação e a manutenção de grandes bancos de dadoscomo o que o Desafio pode ajudar a proporcionar -, que oferecem informações vitais, tanto para organizações internacionais como locais, tanto para cientistas, como para tomadores de decisão, pode ajudar a garantir a concepção de cidades sustentáveis, nas quais os seres humanos, as plantas e os animais podem coexistir em harmonia. E com um detalhe: com a participação efetiva dos cidadãos.

A organização do Desafio espera que, este ano, sejam inscritas mais de 500 mil imagens, produzidas por, pelo menos, 10 mil pessoas de todo o mundo. Não é pouco! Então, participe.

Os registros feitos no site e no aplicativo do evento – e que deverão indicar o nome da espécie e a localidade onde foi encontrada – serão imediatamente inseridos no Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (Global Biodiversity Information Facility), organização internacional dedicada à disponibilização de dados sobre biodiversidade.

Importante: os direitos sobre as imagens produzidas são dos autores. Então, ao fazer sua inscrição no site ou no aplicativo, você pode optar por diferentes licenças de uso: seguir o padrão Creative Commons (que oferece várias opções) ou proibindo seu uso, em qualquer circunstância.

Como participar 

O site e o aplicativo apresentam as informações detalhadas, mas já adiantamos o passo a passo, aqui:

1. Encontre animais, plantas e outros organismos. Qualquer tipo de planta, árvores, orquídeas, capins entre outras, além de musgos, fungos, líquens, ou qualquer tipo de animal, como aves, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes, moluscos, insetos, aracnídeos, vermes, protozoários, basicamente qualquer forma de vida nativa de sua região. Incluindo evidências de vida selvagem (pegadas, conchas, penas, pelos e até animais mortos).

2. Tire uma foto do que encontrou e anote o local exato onde foi feita a descoberta. O modo mais fácil é utilizando o aplicativo do Desafio, diretamente. Mas, você também pode utilizar sua câmera fotográfica e subir as imagens e dados da localização do registro no portal iNaturalist.

Lembre-se que a qualidade da foto não é essencial, o mais importante é o registro e a localização.

3. Inclua suas observações na página de sua cidade. Faça o upload de suas observações na plataforma iNaturalist, de 27 a 30 de abril. Acesse a aba CIDADES do site do Desafio e envie seus registros diretamente para a área exclusiva de sua cidade, inscrita na competição. Você pode enviar suas imagens criando uma conta em nossa plataforma de compartilhamento de dados – o iNaturalist – ou, pelo seu smartphone, no aplicativo.

Foto: Sandro Von Matter

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