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Conservacionistas denunciam ‘remoção urgente’ de belugas e golfinhos de parque temático do Canadá, que ameaça seu bem-estar

Conservacionistas denunciam ‘remoção urgente’ de belugas e golfinhos de parque temático do Canadá, qu ameaça seu bem-estar
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parque temático Marineland em Niagara Falls, Ontario, no Canadá, está envolvido em nova polêmica. Sua administração anunciou que precisa arrecadar dinheiro com urgência para poder fazer a remoção dos animais que ainda estão sob seus cuidados: 31 belugas (maior população da espécie em cativeiro do mundo), além de golfinhos, focas e leões marinhos

A pressa diz respeito à falta de santuários disponíveis no país e à construção de um santuário para esses animais na Nova Escócia, segunda maior província do Canadá, sem previsão de conclusão da obra, mas, principalmente, à pressão do financiador do parque que exige a ‘remoção rápida’ dos animais marinhos antes de liberar empréstimo.

Os administradores do parque aguardavam o dinheiro para fazer a divisão da propriedade (autorizada em fevereiro), viabilizando hipotecas em parcelas, com o objetivo de usar os fundos para manter o parque operando, enquanto removia os animais. 

Mas o financiador mudou o rumo da história e os animais precisam ser retirados antes da liberação do dinheiro. Essa urgência inesperada preocupa os conservacionistas – que há muito tempo haviam solicitado para que o parque os removesse de lá para santuários que, agora, estão inacessíveis. Os especialistas alegam que, focados em encontrar ‘qualquer lugar’ para os animais, os administradores podem acabar os enviando para fora do país, para instituições que não se preocupam com seu bem-estar

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“Estamos muito preocupados com a inclusão do termo ‘remoção rápida de mamíferos marinhos’, declarado pelo financiador e, por isso, com a probabilidade de que as baleias sejam vendidas para outra instalação de entretenimento, talvez na China, onde as leis de bem-estar são quase inexistentes”, contou Lori Marino, presidente do Whale Sanctuary Project, ao comitê de planejamento em reunião convocada no mês passado pelo Conselho da Cidade de Niagara Falls.

 “Tal movimento seria totalmente contrário à intenção e ao espírito da lei [para acabar com o cativeiro de cetáceos]”, acrescentou Marino, que ainda declarou: “Estamos prontos para trabalhar com todas as partes – Marineland, organizações de proteção animal, governo, fundações e outros doadores – para oferecer um futuro melhor para as baleias beluga e os golfinhos do parque”.

Futuro comprometido

A continuidade das operações do Marineland tornou-se inviável, paulatinamente, após uma lei municipal de 2015 e uma lei federal de 2019, que proíbem a venda, a reprodução e o cativeiro de baleias. 

A princípio, a população de cetáceos poderia permanecer no parque, mas nenhum novo animal poderia ser adquirido. E, desde o ano passado, o parque canadense tem estado na mira de organizações e ativistas da causa animal e se tornou foco de intenso escrutínio público

O motivo? Só em 2024, morreram cinco belugas (a última foi em novembro de 2024), o que elevou o número total de baleias e golfinhos mortos no parque, desde 2019, para mais de 20. 

O futuro do parque se tornou incerto também devido às mortes de seu fundador, John Holer, em 2018, e de sua esposa, Marie Holer, em 2024. 

Com o tempo e as dificuldades – poucos brinquedos funcionando e a crescente pressão pública contra a exibição de animais, que contribuiu para a redução de visitantes –, a única solução possível foi encurtar sua trajetória.

E essa é uma boa notícia já que a consciência contra a exploração dos animais em parques temáticos se amplia todos os dias. 

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Foto (destaque): Marineland / reprodução Instagram

Com informações do The Guardian, The Whale Sanctuary Project

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