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Com registro do mico-leão-da-cara-dourada no sul da Bahia, fotógrafo brasileiro recebe menção de destaque no Wildlife Photographer of the Year

Com registro do mico-leão-da-cara-dourada no sul da Bahia, fotógrafo brasileiro recebe menção de destaque no Wildlife Photographer of the Year

Esta semana foram divulgados os grandes vencedores do Wildlife Photographer of the Year 2022, concurso internacional de fotografia da vida selvagem promovido pelo Museu de História Natural de Londres. O prêmio principal ficou com o flagrante da fotógrafa americana Karine Aigner, que fez a imagem de uma “bola” de zangões de cactus disputando uma fêmea, batizada de “The Big Buzz” (leia mais aqui)

E entre os finalistas selecionados, dentre as quase 40 mil fotos inscritas, está o fotógrafo brasileiro Luis Palácios, que concorreu na categoria Comportamento de Mamíferos, e recebeu menção de destaque com o registro do mico-leão-da-cara-dourada.

Com o título de “Momento Dourado”, a foto mostra um casal, provavelmente mãe e filhos, juntos, enquanto se alimentam no final do dia. O mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só existe em nosso país e em nenhum outro lugar do mundo. Sua população é encontrada numa pequena área da região de Mata Atlântica, no sul da Bahia. Devido à perda de habitat e outras ameaças, ele é considerado em risco de extinção.

Trabalhando há pouco menos de cinco anos com fotografia de natureza, Palácios está preparando um livro sobre a Mata Atlântica e foi por causa dele que conseguiu a imagem premiada, feita em 2021.

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“Essa é uma região muito bonita, de cabruca, em que o cacau é cultivado na sombra das árvores, e há uma relação muito simbiótica com os animais e a floresta”, conta ele. “A área de incidência do mico-leão-da-cara-dourada é muito pequena, só ali mesmo no sul da Bahia”.

O fotógrafo acredita que teve sorte em conseguir o flagrante. Em geral, esses micos são ariscos e quando há humanos por perto, eles se embrenham na mata. Durante dois dias, Palácios teve dificuldade em segui-los pela floresta mais fechada, mas no terceiro dia, no final da tarde, eles acabaram indo para uma jaqueira enorme e ficaram numa área “muito limpa”, onde era mais fácil fotografá-los.

“Eles ficaram praticamente na altura dos olhos. Eu fiquei distante, mas tinha uma visão muito boa. A luz estava muito bonita, foi um momento mágico. Foi um privilégio muito grande eles terem se revelado de maneira tão generosa para mim”, diz.

A foto de Luis Palácios fará parte agora da exposição oficial do Wildlife Photographer of the Year no Museu de Londres, que também irá percorrer outros países. Também está incluída num livro com todos os ganhadores e finalistas.

“Pra mim é muito legal o reconhecimento, mas o mais importante é levar o conhecimento dessa espécie e da questão da biodiversidade da Mata Atlântica num evento dessa magnitude. Dá muito orgulho estar aqui em Londres e ser o único representante do Brasil, e ainda, saber que esta foto estará eternizada e que rodará o mundo. Uma imagem pode ajudar a transformar o tema da conservação e criar esse reconhecimento da necessidade da preservação da biodiversidade”, destaca Palácios.

Foto: Luis Palácios

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