
Nos últimos 50 anos, o tamanho médio das populações de 5.495 espécies de animais selvagens do mundo sofreu uma catastrófica redução de 73%. O declínio é ainda maior quando se fala apenas em América Latina e Caribe, com a porcentagem chegando a 95%. Os números assustadores foram divulgados na semana passada pelo relatório Planeta Vivo 2024, elaborado pela organização WWF. E este é apenas um dos muitos alertas sendo feitos nos últimos anos sobre a preocupante situação da fauna e flora do planeta.
Medidas urgentes precisam ser tomadas por governos para impedir uma extinção em massa de animais e plantas e a esperança é que, a partir da próxima semana, quando começa a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP26), em Cali, na Colômbia, líderes mundiais e representantes de seus países sentem à mesa com propostas sérias e reais.
A reunião, que começa na próxima segunda (21/10) e vai até a sexta (01/11), terá entre seus principais pontos de discussão a proteção de 30% das áreas terrestres e 30% dos oceanos até 2030, o combate à poluição plástica e por agrotóxicos, o aumento do financiamento para a proteção e restauração da natureza, a promoção da agricultura sustentável e a redução do impacto de espécies invasoras.
A COP16 será conduzida por Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia. Ex-secretária de Meio Ambiente de Bogotá, ela ganhou reconhecimento pela dedicação às causas socioambientais e pela defesa incansável do processo de paz no país.
A Colômbia sonha como uma posição de liderança na preservação ambiental na América Latina. E não tem medido esforços para tal. Em dezembro de 2023, por exemplo, durante a COP28, em Dubai, o presidente Gustavo Petro se juntou a um grupo de países que pedem um acordo pelo fim dos combustíveis fósseis. E em julho deste ano, seu governo celebrou a menor taxa de desmatamento na Amazônia em 23 anos.
Carta aos negociadores da COP16
Para chamar a atenção sobre a importância da COP16, as organizações ClimaInfo e Periodistas por el Planeta lançaram a campanha “O Futuro é Nosso”, que conta com um divertido vídeo divulgado pelas redes sociais (assista mais abaixo) e uma carta, a ser enviada aos negociadores do encontro, que você também pode assinar neste link!
“A vida na Terra está interconectada. As árvores e as plantações existem porque há chuva, e há chuva porque há flores: as partículas de seu aroma são as sementes de futuras nuvens. Nós existimos porque outros existem. E todos nós fazemos parte da mesma tapeçaria que palpita e respira entre diferentes paisagens. É o que chamamos de natureza. Nossa vida depende da biodiversidade. E esse maravilhoso sistema de vida está em perigo“, alerta o texto da campanha.
A carta pede que aos participantes da COP16, e mais especificamente aos governos dos países latino-americanos, três ações:
- Acabar com o desmatamento e outros tipos de degradação ambiental;
- Acabar com a dependência de combustíveis fósseis e ousar conceber um futuro de bem-estar onde a transição energética com fontes renováveis seja o pilar;
- Restaurar o meio ambiente, respeitando os direitos dos povos indígenas e das comunidades locais.
“O povo está esperando que os negociadores reunidos em Cali façam as pazes com a natureza. Uma paz definitiva. Hoje a vida é um tecido com buracos que precisamos emendar. Todos os países devem estar comprometidos com isso. Podemos fazer algo antes que seja tarde demais. O futuro é nosso”, ressalta a campanha.
*Texto atualizado às 12h40 para incluir mais informações sobre a COP16
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Foto de abertura: divulgação COP16