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Chapo, o lince que nasceu para ser selvagem: após repetidas tentativas de fuga, zoológico alemão solta o “rebelde” na floresta

Chapo, o lince que nasceu para ser selvagem: após repetidas tentativas de fuga, zoológico alemão solta o "rebelde" na floresta

A foto do lince, de nome Chapo (em espanhol, significa ‘baixinho’), correndo após sair da caixa em que foi transportado para sua soltura na natureza é precioso e vai ficar para a posteridade. É o retrato de um animal que nasceu em cativeiro, mas, sempre que teve oportunidade, tentou “dizer” aos humanos que dele cuidavam que, o que ele queria de verdade, era transpor as telas do recinto onde vivia para ser livre e desfrutar da natureza.

É também o retrato da empatia humana, que levou tratadores e pesquisadores do Zoológico de Nuremberg, na Alemanha, onde Chapo nasceu, a desistirem de mantê-lo preso para transformá-lo em fornecedor de genes para programa de reprodução em cativeiro.

Sequência da soltura: registro lindo! Repare nos detalhes de Chapo:
orelhas pontudas, grandes patas traseiras e rabo curto, além d coleira de GPS
Foto: Archiv Naturschutz LfULG/R. Oehme (divulgação: Zoológico de Nuremberg)

O jovem lince dos Cárpatos (Carpathian lynx) tinha um ano de idade quando foi levado do zoológico para uma estação de reprodução no Parque Nacional Harz, nas Montanhas Harz, no norte da Alemanha (a espécie foi caçada quase até à extinção no país, no início dos anos 1900, daí a necessidade de reprodução em cativeiro). Mas, a primeira coisa que Chapo fez, ao ficar sozinho, foi pular a cerca do recinto e escapar.

Foi capturado rapidamente e sua vontade de sair de qualquer recinto ficou ainda mais evidente. E que sorte ele se deparar com pessoas sensíveis que identificaram sua essência e a respeitaram.

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Chapo, o lince que nasceu para ser selvagem: após repetidas tentativas de fuga, zoológico alemão solta o rebelde na floresta
Chapo no recinto do zoológico de onde sempre fugia
Foto: Zoológico de Nuremberg/divulgação

“Ele continuou procurando maneiras de sair daquele recinto, parecia claro que estava difícil se estabelecer ali”, contou, em comunicado, a autoridade de vida selvagem da Saxônia, segundo o Sunday Times. “E isso mostrou que o jovem lince havia nascido para viver solto na natureza”. Mais especificamente na Floresta Eibenstock em Westerzgebirge.

Analisado por especialistas da rede Linking Lynx, Chapo foi considerado tímido e adequado para reintrodução na natureza, o que levou os tratadores a manterem contato mínimo com ele, alimentá-lo apenas com carne de caça e colocá-lo no maior recinto do zoo. Até que, há duas semanas, ele foi finalmente libertado. “Saltou para fora da caixa, parou para farejar o vento e se orientar, então desapareceu na floresta”, com uma coleira de GPS no pescoço para ser monitorado.

Agora reside nas florestas da Saxônia, certamente na companhia de uma população crescente de linces selvagens na Alemanha e na Suíça e, em especial, de outros três linces reintroduzidos este ano pelo Zoológico de Nuremberg. Todos treinados para caçar coelhos, raposas e veados.

Apesar de ser o terceiro maior predador terrestre da Europa, o lince raramente é avistado e não representa ameaça ao gado, por exemplo. Recentemente, o governo saxão informou que Nova e Luna – duas dos três linces reintroduzidos pelo zoo – foram vistas e registradas a apenas cem metros de distância do zoológico, e “não se pode descartar que eles todos tenham se encontrado”.

Extinção

O lince dos Cárpatos ou Carpathian lynx é uma subespécie do lince eurasiano e, embora esteja listado como ameaçado de extinção na Lista Vermelha da IUCN, está extinto em grandes áreas de antigos habitats.

Na Alemanha, há apenas 190 linces – entre eles Chapo – vagando pelas florestas, principalmente nas Montanhas Harz, Baviera e Renânia-Palatinado.

Já o lince ibérico, também subespécie do lince eurasiano, prospera e cresce em Portugal e Espanha após duas décadas de trabalho heróico e intenso de conservação. Recentemente, publicamos esta boa notícia: o lince ibérico não está mais em risco de extinção.
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Foto (destaque): Archiv Naturschutz LfULG/R. Oehme (divulgação: Zoológico de Nuremberg)

Com iinformações do Zoológico de Nuremberg, da Good News Network, Sunday Times e Times

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