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Cerca de cinco milhões de cavalos-marinhos foram vítimas do tráfico internacional de animais silvestres na última década

Cerca de cinco milhões de cavalos-marinhos foram vítimas do tráfico internacional de animais silvestres na última década

Entre 2010 e 2021, aproximadamente cinco milhões de cavalos-marinhos foram apreendidos durante operações contra o tráfico internacional de animais silvestres, realizadas em 62 países. Todos eles já estavam mortos, secos, em grande parte para suprir a demanda da medicina tradicional asiática. Em geral, a mercadoria ilegal foi encontrada dentro de malas de passageiros em aeroportos.

“As quase 300 apreensões que analisamos foram baseadas apenas em registros online e divulgações voluntárias, incluindo avisos governamentais e notícias. Isso significa que o que estamos vendo é apenas a ponta do iceberg”, diz Sarah Foster, pesquisadora associada do Projeto Cavalo-Marinho da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.

Segundo o levantamento feito pela equipe do Seahorse Project, percebeu-se uma mudança na rota do tráfico, que agora se ampliou para a América Latina e Europa, em adição aos destinos mais conhecidos como China e Hong Kong. O valor estimado desses animais apreendidos no mercado ilegal seria de CAD$ 29 milhões, algo em torno de R$ 120 milhões.

Das 46 espécies de cavalos-marinhos conhecidas, 16 estão ameaçadas de extinção. Esses animais estão entre alguns dos mais fascinantes dos oceanos. Com a cabeça que lembra a de um cavalo e seu nado vertical, eles podem ser encontrados em águas costeiras do mundo inteiro. Em vez de escamas, possuem placas ósseas cobertas de tecidos cutâneos e caudas que usam para se agarrar a algas marinhas no fundo do mar para não serem levados pela correnteza e, também, durante o acasalamento, para segurarem o parceiro.

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Outra curiosidade peculiar é que são os machos que ficam responsáveis pela gestação dos filhotes. Durante o namoro entre o casal, a fêmea deposita seus ovos na bolsa incubadora do parceiro. Nas próximas duas a quatro semanas, é ele que incubará e nutrirá os alevinos, até chegar o momento das contrações e quando os filhotinhos são expulsos na água.

“Precisamos interromper o comércio ilegal de animais selvagens o mais próximo possível de onde eles vivem e, ao mesmo tempo, garantir que todas as exportações permitidas sejam sustentáveis, conforme exigido pela CITES [Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção]”, ressalta Sarah.

A especialista destaca que o comércio internacional de cavalos-marinhos é permitido apenas mediante licenças que certifiquem que a prática não prejudica as populações selvagens. Para tal, existe um acordo firmado entre 184 países. No entanto, “barreiras como a comprovação da sustentabilidade do comércio dificultam a obtenção de licenças, levando o comércio à clandestinidade”, alerta a pesquisadora.

Infográfico revela alguns dos principais dados do mercado ilegal de cavalos-marinhos
Imagem: Project Seahorse

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Foto de abertura: Rabia Mushtaq / Project Seahorse

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