Durante três semanas um grupo de pesquisadores internacionais navegou ao longo de 800 km pelas águas de Bounty Trough, na Nova Zelândia, uma região submarina, que chega a 5 mil metros de profundidade, e é pouquíssimo estudada. A expedição fazia parte do Censo dos Oceanos, um esforço inédito global que pretende, nos próximos dez anos, descobrir e descrever 100 mil novas espécies marinhas. Estima-se que mais de dois milhões de espécies vivam nos oceanos do planeta, mas apenas 10% delas é conhecida (leia mais aqui).
De volta da viagem ao sudoeste do Oceano Pacífico, cientistas acabam de anunciar boas notícias! Eles acreditam que cerca de 100 espécies coletadas durante a expedição são inéditas para a ciência, como essa pequena lula que aparece na imagem acima, em destaque.
“Parece que temos uma grande quantidade de espécies novas e não descritas. Quando todos os nossos espécimes forem examinados, teremos aproximadamente 100 novas. Mas o que realmente me surpreendeu aqui é o fato de isto se estender a animais como os peixes – acreditamos que temos três novas espécies deles”, revela Alex Rogers, co-líder da expedição e diretor científico do Censo dos Oceanos.
Com a ajuda de robôs subaquáticos operados remotamente que não apenas gravaram imagens dos ecossistemas de Bounty Trough, como também trouxeram a tona espécimes que vivem no fundo do mar, os pesquisadores conseguiram coletar 1.800 amostras de criaturas marinhas.
“Visitamos muitos habitats diferentes e descobrimos toda uma gama de novas espécies, desde peixes a caracóis, passando por corais e pepinos-do-mar – espécies realmente interessantes”, diz Sadie Mills, bióloga marinha do Instituto de Pesquisa Atmosférica e da Água da Nova Zelândia (NIWA).
Algumas das espécies coletadas durante a expedição do navio de pesquisa Tangaroa da NIWA
Foto: Ocean Census/NIWA
O Censo dos Oceanos é um projeto fundado pela Nippon Foundation, a maior fundação sem fins lucrativos do Japão, que se concentra na filantropia por meio da inovação social, e o Nekton, um instituto de conservação e ciência marinha com sede no Reino Unido.
Uma das possíveis novas espécies de peixes descoberta em Bounty Trough
Foto: Ocean Census/NIWA
Pesquisadores envolvidos no censo utilizam tecnologia de ponta, como o sequenciamento genético, por exemplo, para ter mais velocidade e escala na descrição de novas espécies. A aliança global pretende envolver não apenas a academia, mais organizações privadas, a sociedade civil, governos e também, meios de comunicação, para disseminar as descobertas e engajar o público na preservação dos oceanos.
*Com informações e entrevistas contidas no texto de divulgação do Ocean Census
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Fotos e vídeo: Ocean Census/NIWA