A trágica cena se repete novamente. Mais de 300 tartarugas oliva sem vida, presas em uma rede deixada por pescadores no mar. Desta vez, foi na costa mexicana no Oceano Pacífico, próximo ao vilarejo de Puerto Escondido.
As tristes imagens foram divulgadas pela Defesa Civil do Estado de Oaxaca. “A Procuradoria de Proteção Ambiental confirmou que a morte das tartarugas foi causada por uma rede de pesca proibida, usada para pegar o peixe garapau”, afirmou a entidade em comunicado à imprensa.
“Encontramos esta rede conhecida como tresmalho e nos disseram que os pescadores não são deste lugar. Elas não são usadas nestas praias e talvez possam ter sido abandonadas por um navio que não percebeu sua perda e matou as tartarugas”, esclareceu ainda o anúncio.
Em maio último, noticiamos aqui outro acidente igual, mas aqui no Brasil. Tartarugas morreram presas em rede fantasma no litoral de São Paulo.
Todos os anos, milhares de animais morrem da mesma forma, presos ou sufocados em redes deixadas nos oceanos pela indústria pesqueira. Segundo dados da campanha #SeaChange da World Animal Protection, de 5 a 30% do declínio populacional de algumas espécies marinhas pode ser atribuído a redes fantasma e são 640 mil toneladas de redes abandonadas por ano nos mares, o correspondente a quase 10% de todo o plástico dos oceanos.
Tartarugas marinhas são animais que podem viver mais de 100 anos. No mundo todo, até hoje, são conhecidas sete espécies. Cinco delas são encontradas na costa brasileira: cabeçuda ou mestiça, verde ou aruanã, de pente ou legítima (a mais ameaçada), couro ou gigante (a maior de todas as espécies) e oliva (a menor delas).
Todas as espécies acima são consideradas em risco de extinção. Algumas em maior ou menor grau do que outras, mas sem exceção, todas correm o risco de desaparecer. Por isso mesmo, é tão chocante ver cenas como esta que aconteceu no México.
*Com informações da BBC Brasil
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Foto: divulgação Defesa Civil de Oxaca