Em 2003, quando foi realizado um dos primeiros censos para monitorar a presença de baleias jubarte na costa do Brasil foi registrada a presença de 3.660 desses animais. Era um número preocupante, já que especialistas sabiam que no passado entre 27 a 30 mil desses mamíferos eram avistados em águas brasileiras na temporada de reprodução da espécie.
Quase duas décadas depois, biólogos celebram o aumento da da população das jubarte no litoral brasileiro. No último censo aéreo*, realizado em agosto de 2022, entre São Paulo e o Rio Grande do Norte, foram observadas 25 mil baleias, um recorde para os últimos anos.
“Nem parece que há apenas três décadas as baleias jubarte brasileiras estavam caminhando para a extinção como resultado da caça indiscriminada!”, comemora a equipe do Projeto Baleia Jubarte, que há 35 anos trabalha pela conservação da espécie.
Considerado o mais extenso do mundo para o estudo de baleias, o monitoramento das jubarte no Brasil percorreu uma distância de 6.204 km no ano passado. Os pesquisadores cobrem desde a linha de costa até uma profundidade aproximada de 500 metros, já que as jubartes preferem ficar sobre a plataforma continental quando chegam ao país para se reproduzir.
A linda e majestosa baleia jubarte
Descrita pela primeira vez na Nova Inglaterra (Estados Unidos), a baleia jubarte tem seu nome científico vindo deste local – novaeangliae -, e Megaptera – que em grego antigo significa “grandes asas”, já que suas imensas nadadeiras peitorais podem medir até 1/3 do comprimento total de seu corpo, algo em torno de 16 metros.
As jubartes podem ser encontradas em todos os oceanos. Chegam a pesar até 40 toneladas. Por isso mesmo, é tão impressionante ver o salto de uma delas, que consegue projetar todo seu corpo para fora da água.
Como é um animal do topo da cadeia alimentar, ela é uma excelente indicadora da qualidade e do equilíbrio dos oceanos. Essa gigante dos mares tem ainda um importante papel em fertilizar as águas oceânicas.
Todos os anos, entre os meses de julho e novembro, as jubarte podem ser vistas no litoral brasileiro. Elas chegam ao país, vindas da Antártica, para se reproduzir nas águas quentes dos trópicos. O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul da Bahia, é considerado o berçário da espécie no Oceano Atlântico Sul Ocidental.
Fêmea e filhote de baleia jubarte
*O censo realizado pelo Projeto Baleia Jubarte é uma parceria com a empresa Socioambiental e conta com o apoio financeiro da Veracel Celulose e da Petrobras
Fotos: divulgação Projeto Baleia Jubarte