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Cardumes são mais silenciosos do que peixes nadando sozinhos, aponta estudo surpreendente

Cardumes são mais silenciosos do que peixes nadando sozinhos, aponta estudo surpreendente

Sempre se assumiu que o principal motivo da formação de cardumes por peixes era a intimidação de seus predadores. Juntos, e num grande bloco, ficava muito fácil se defender de ataques de outros animais marinhos, como tubarões. Todavia, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, decidiram investigar se realmente essa era a única razão pela qual peixes se uniam dessa maneira.

E o resultado do estudo foi surpreendente! Eles descobriram que cardumes são muito mais silenciosos do que peixes nadando sozinhos, separadamente.

“É amplamente conhecido que nadar em grupos proporciona aos peixes proteção adicional contra predadores, mas questionamos se isso também contribuía para reduzir o seu ruído”, explica Rajat Mittal, principal autor da pesquisa. “Os nossos resultados sugerem que a diminuição substancial na sua assinatura acústica quando nadando em grupo, em comparação com a natação individual, pode de fato ser outro fator que impulsiona a formação de cardumes de peixes”.

Para chegar a essa conclusão, os envolvidos na análise, estudantes do curso de Engenharia Mecânica, criaram um modelo computacional 3D tendo como base o nado da cavalinha, um peixe de tamanho pequeno a médio. Eles analisaram suas possíveis formações, quão próximas elas nadavam umas dos outras e os graus de sincronização dos movimentos.

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As simulações demonstraram que um grupo de sete indivíduos produz o mesmo nível de ruído do que apenas um.

“Um predador então, como um tubarão, pode perceber esse som como se estivesse ouvindo um peixe solitário em vez de um grupo. Isso pode ter implicações significativas para as presas”, diz Mittal.

Outra observação feita pelos pesquisadores é que a sincronia do movimento da cauda do cardume influencia na produção de ruído. Segundo eles, se os peixes se movem em uníssono, batendo as barbatanas caudais ao mesmo tempo, o som aumenta e não há redução no ruído total. Entretanto, se alternam as batidas da cauda, eles “cancelam” o barulho um do outro.

“O som é uma onda. Duas ondas podem se somar se estiverem exatamente em fase ou podem se cancelar se estiverem exatamente fora de fase. Isso é o que está acontecendo aqui, embora estejamos falando de sons fracos que dificilmente seriam audíveis para um humano”, destaca o professor da Hopkins.

Vale ressaltar que a sincronia das batidas das caudas também ajuda o cardume a ganhar velocidade e economizar energia.

Formação do cardume em que o ruído é mais reduzido
Imagem: Johns Hopkins University

*Com informações e entrevistas contidas no texto de divulgação da Johns Hopkins University

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Foto de abertura: Kris-Mikael Krister on Unsplash

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