Pelo menos em alguns lugares do planeta, graças a leis de proteção e práticas mais sustentáveis, algumas espécies de peixes estão conseguindo recuperar suas populações. Na década de 60, o atum-rabilho (Thunnus thynnus), também conhecido como atum gigante do Atlântico, praticamente desapareceu das águas do Reino Unido devido à sobrepesca e as mudanças na temperatura dos oceanos.
Mas nos últimos anos, pouco a pouco, grandes cardumes desses peixes têm sido vistos se alimentando novamente na costa britânica. E recentemente, pescadores se depararam com um desses gigantes, que pesava aproximadamente 400 kg e quase 3 metros de comprimento.
Na semana passada, Andrew Alsop compartilhou o vídeo impressionante abaixo que mostra – para provar que não é história de pescador – o atum ao lado do barco, na costa de Pembrokeshire, no País de Gales.
“De longe, é o maior peixe capturado em águas galesas”, disse Julian Lewis Jones à reportagem da BBC. “Ele tem o mesmo comprimento de um grande tubarão e é imensamente poderoso”.
Pra deixar claro, o atum não foi pescado. Os pescadores o liberaram na água logo após o encontro. No Reino Unido, há regras muito rígidas sobre que espécies podem ser pegas e em relação à pesca esportiva, que estabelece a soltura obrigatória, algo praticado há mais de 100 anos por lá. E é proibido, por lei, vender qualquer peixe obtido nesse tipo de atividade. Os barcos também precisam ter licenças para o chamada “Catch and release (CHART)“.
“A temperatura das nossas águas é fantástica para a vida marinha e se [a pesca] for gerida corretamente, teremos isso para as próximas gerações”, disse. “Todos os anos estamos vendo mais atum e eles estão retornando. Como pescadores, somos guardiões do habitat marinho e temos paixão pela conservação e pelo meio ambiente. A pescaria pode ser sustentável e trazer benefícios socioeconômicos para a área”, afirma Jones.
Um dos objetivos da pesca esportiva no Reino Unido é fornecer informações sobre as populações de peixes para melhorar a compreensão científica e a gestão do atum-rabilho nas águas galesas. O CHART busca também entender melhor e trazer benefícios econômicos para as comunidades costeiras, permitindo que pescadores recreativos pagantes encontrem esses predadores de perto.
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Foto de abertura: reprodução vídeo