Se os responsáveis pela morte da vereadora Marielle Franco pensavam que a calariam com tiros, devem estar desesperados. Ela, que já era militante pelos direitos humanos e lutava contra as injustiças e as milícias, tornou-se símbolo dessas causas, não só no Brasil. Na presença de familiares e diversos brasileiros que moram em Paris, em setembro, foi inaugurado o Jardim Marielle Franco na Gare de l’Est, uma das principais estações ferroviárias ao nordeste da capital francesa. Lisboa, capital de Portugal, terá uma rua com seu nome também. E, agora, Brasília vai se juntar a elas no movimento que visa eternizar seu legado, mantendo viva sua memória.
Isto porque, em 5/11, foi aprovado pelo plenário da Câmara Legislativa o Projeto de Lei de autoria do deputado Fábio Felix para a criação de espaço em sua homenagem: será uma praça no Setor Comercial Sul, próxima à Galeria dos Estados. Com um detalhe: a iniciativa foi para votação somente depois de validada pela população – de forma unânime – em duas audiências públicas.
Um tapa com luva de pelica na cara de todos os envolvidos na morte da vereadora carioca e que têm procurado obstruir as investigações de seu assassinato.
Para Felix, a aprovação do projeto é uma “vitória contra o ódio e a intolerância”. Para o jornal de Brasília, o parlamentar – que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos da mesma Câmara – afirmou: “A execução de Marielle é um grave atentado à democracia brasileira. Não podemos achar natural que uma parlamentar, legitimamente eleita, tenha sua vida interrompida por defender os direitos das minorias e das populações vulneráveis. Exigimos justiça para Marielle e ocuparemos essa praça com muita cultura e resistência para que a memória dela se mantenha viva”.
Ele destacou, ainda, que o momento para tal aprovação é muito oportuno em função da conjuntura já que “novas denúncias, envolvendo diretamente o nome do presidente da República, podem dar outro rumo para a investigação acerca das motivações políticas que levaram ao assassinato de Marielle e de Anderson”. E ressaltou que, além de manter o legado de Marielle sempre vivo na cidade, a iniciativa será benéfica para a sociedade porque revitalizará uma praça com arborização e infra-estrutura e segurança para todos.
Um jardim francês chamado Marielle Franco
Centenas de pessoas que moram em Paris, entre elas brasileiros, lotaram o espaço de uma das principais estações de trem em 21 de setembro para participar da inauguração de um jardim público em homenagem a Marielle Franco. Todas levaram flores.
Seus pais, Antônio e Marinete da Silva, além de sua filha, Luyara Franco, participaram da celebração que contou com a presença do vice-prefeito de Paris, Patrick Klugman, e da prefeita do distrito 10 – onde fica o parque – Alexandra Corderbard.
Após um minuto de silêncio, as autoridades mostraram uma placa verde com letras brancas que identifica o local, na qual se pode ler: Marielle Franco (1979-2018). Ativista dos direitos humanos e feminista. Emocionante.
Fotos: Divulgação e Reprodução Facebook