O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou na quarta-feira (04/10) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), a gripe aviária, em leão-marinho-da-patagônia (Otaria flavescens), também chamado de leão-marinho-do-sul, encontrado na praia do Cassino, no município de Rio Grande, litoral do Rio Grande do Sul.
Esse é o primeiro foco da doença registrado em mamíferos marinhos no Brasil. Casos de contaminação pelo vírus H5N1 também já foram reportados com a mesma espécie no Peru, Argentina, Uruguai e Chile, onde milhares desses animais morreram vítimas da gripe aviária.
Mamíferos marinhos, como golfinhos, lobos, leões marinhos e lontras, são infectados ao se alimentar de aves doentes.
O Mapa esclarece que apesar das infecções humanas pelo vírus da influenza aviária serem raras, a população deve evitar se aproximar do local onde os focos foram registrados e não se deve tocar em animais doentes ou mortos para prevenir o contágio e a disseminação da doença.
Atualmente já são 115 focos de gripe aviária no Brasil. Cada foco é uma unidade epidemiológica na qual foi diagnosticado pelo menos um caso de H5N1.
Até este momento, a grande maioria das ocorrências na costa brasileira foram em aves silvestres, sobretudo da espécie trinta-réis-de-bando. Houve apenas três ocorrências da doença em aves de subsistência, no Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e na Bahia. Mas nenhum criação comercial foi contaminada.
Na plataforma online de consulta do Mapa é possível checar atualizações diárias sobre investigações em andamento e novos casos registrados.
A gripe aviária
O vírus H5N1, que provoca a gripe aviária, é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.
As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.
Em maio o governo federal declarou emergência zoossanitária no país e criou um Centro de Operações de Emergência para coordenar ações nacionais, envolvendo os ministérios da Agricultura e Pecuária, do Meio Ambiente e da Saúde.
Recomendações à população
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Não toque ou recolha aves suspeitas, doentes ou mortas;
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– O Brasil continua livre de influenza aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de influenza aviária, exportando seus produtos para consumo de forma segura. O consumo de carne e ovos se mantém seguro no país;
– Se notar uma ave com sintomas como tremor, andar cambaleante ou dificuldade respiratória, comunique às autoridades ambientais de sua cidade ou o Serviço Veterinário Oficial, por meio dos contatos disponíveis aqui e/ou pelo e-Sisbravet.
Orientações a produtores
- Intensificar as medidas de biosseguridade
- Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
- Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
- Manter o portão de acesso da propriedade fechado
- Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
- Desinfecção de materiais que acessem a granja
- Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja
- Pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões
- Realização de vazio sanitário
- Cuidados com a ração
- Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
- Controle de pragas
- Treinamento de equipe
- Restringir criação de aves pelos funcionários
- Evitar visitas em locais com aves silvestres
- Ausência de outras aves na propriedade
- Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
- Se participou de outro tipo troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
- Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme aInstrução Normativa do MAPA nº 56/2007.
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Foto de abertura: divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária