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Boston é mais nova cidade dos EUA a proibir grama artificial em parques por causa da presença de PFAS

Boston é mais nova cidade dos EUA a proibir grama artificial em parques por causa da presença de PFAS

PFAS é uma sigla que representa uma classe de mais de 10 mil substâncias sintéticas, usadas em um número enorme de produtos industriais e de consumo, que fazem parte do nosso dia a dia e nem sabemos. Seu objetivo é tornar esses produtos à prova de água, calor e manchas. Esses compostos químicos organohalogenados são extremamente resistentes e possuem impacto de longo prazo no solo, no ar, na água e até, recentes estudos comprovaram, no sangue humano. O risco mais alarmante é que os “químicos eternos”, como são chamados em inglês, “forever chemicals”, estão associados com o desenvolvimento do câncer.

Entre os inúmeros produtos a usarem os PFAS em sua composição estão os gramados artificiais, muito utilizados em campos de futebol ou em parques. Feitos a partir de lâminas de plástico e uma camada de enchimento de borracha de pneus velhos, que também possui metais pesados e tóxicos, especialistas alertam que esses resíduos com o passar do tempo começam a se desprender e podem ser ingeridos acidentalmente por crianças.

Por essa razão, algumas prefeituras de cidades dos Estados Unidos começaram a recomendar que parques públicos não utilizem mais gramas artificiais, como é o caso de Boston.

Além disso, a grama sintética atinge uma temperatura altíssima quando exposta ao calor, piorando ainda mais o efeito conhecido como “ilha de calor”, que acontece em grandes cidades. Os atletas da Liga Nacional de Futebol dos Estados Unidos já demonstraram sua insatisfação de jogar em campos com esse tipo de gramado também porque o material piora alguns tipos de lesões.

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Recentemente um estudo internacional revelou PFAS em cordões umbilicais. Uma análise de 30 mil amostras indicou que em todas elas as substâncias estavam presentes.

Organizações governamentais americanas criticam o governo federal sobre não tomar ações concretas em relação ao problema. Sabe-se, por exemplo, que os PFAS podem ser encontrados na água ingerida por milhões de pessoas em cidades como Nova York, Chicago e Washington.

Segundo a ONG Earth Justice, alguns governos estaduais já estão agindo. Wisconsin aprovou uma lei restringindo o uso de espuma de combate a incêndio contendo PFAS. Já Nova York adotou uma legislação que proíbe as agências estaduais de comprar embalagens de alimentos que incluam esses compostos químicos.

“Todos esses esforços são bons primeiros passos, mas os reguladores e legisladores devem fazer mais para proteger as comunidades do PFAS. A Agência Ambiental dos Estados Unidos (EPA) sabe há décadas sobre os perigos desses produtos químicos tóxicos. No entanto, só recentemente entrou em ação, em grande parte devido à pressão de legisladores em estados como Michigan, Nova York e Carolina do Norte, onde a contaminação da água com PFAS é generalizada”, critica a Earth Justice.

*Com informações do jornal The Guardian

Foto de abertura: Peter Burdon on Unsplash

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