De vez em quando, o magnata da tecnologia e filantropo americano Bill Gates aparece em público para anunciar o apoio a uma grande causa ou o lançamento de alguma invenção interessante, sempre com o objetivo de resolver um problema global urgente. Sempre com apoio e financiamento da Fundação Bill e Melina Gates, a maior organização filantrópica particular do mundo.
De acordo com dados da fundação, mais de metade da população mundial não dispõe de banheiros limpos e apropriados, o que causa doenças graves e mortes que podem custar mais de 200 bilhões de dólares para a saúde pública.
Por isso, há cerca de sete anos, Gates está envolvido em projetos que podem revolucionar o saneamento básico no mundo. Sua ideia era criar algo que superasse a falta de infraestrutura de esgoto e o abastecimento de água nas regiões mais pobres.
Ontem, 6/10, em uma feira em Pequim, ele anunciou o início das vendas de alguns projetos de privadas inteligentes financiados pela fundação. Acompanhado de um vidro com excremento, Gates iniciou a palestra dizendo que, naquele recipiente havia cerca de “200 trilhões de vírus, 20 bilhões de bactérias e 100 mil ovos de parasitas”. E completou: “Em lugares sem saneamento básico, há muito mais do que isso no ambiente, o que causa doenças como diarreia, cólera ou febre tifoide, que matam cerca de 500 mil crianças de cerca de 5 anos todos os anos”, o que pode custar mais de 200 bilhões de dólares para a saúde pública.
Em seguida, contou as vantagens das privadas inteligentes, que não usam água ou descarga e separam os dejetos líquidos dos sólidos, que são transformados em adubo. Assim, não precisam de sistema de esgoto.
São modelos distintos com a mesma lógica e missão. Alguns utilizam sistema com energia solar. Eles já estão à venda, mas um chega a custar 10 mil dólares. Por isso, seu desafio, agora, é baratear os custos para produção em larga escala.
Ao finalizar sua palestra, o empresário comentou que a transição das privadas tradicionais para os modelos sem água é um desenvolvimento imprescindível e semelhante ao que aconteceu com a computação, na década de 70. E ele fala por experiência própria já que foi nessa época que fundou a Microsoft com Paul Allen.
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