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Artista britânico retrata brasileiros para revelar sua identidade, também em áudio e análise de DNA

Somos Brasil é o nome do livro e da exposição (de 9/3 a 23/4) que o artista britânico Marcus Lyon lança hoje em São Paulo, no Centro Britânico. A inspiração veio de seus filhos que, mesmo nascidos na Inglaterra como ele – a mãe é brasileira -, dizem “somos brasileiros” toda vez que alguém lhes pergunta sua origem.

Foi com base nessa ideia que Lyon reuniu a equipe da ImageMagica, que produziu a iniciativa, e partiu em busca da pluralidade de tipos, em busca dos brasileiros que representassem a identidade do país em toda sua diversidade.

Percorreu 22 mil quilômetros e clicou 104 pessoas, mas não queria somente viajar pelo país e encontrar figuras interessantes. Todos os retratados foram entrevistados e seus relatos gravados. Assim, poderão ser vistos, mas também ouvidos. Não só! O artista foi além e mapeou o DNA de cada personagem. Sim! Cruzou arte e ciência para apresentar um trabalho único. “O livro é grandioso, não só pelas dimensões, mas na energia e na sua honestíssima e límpida pesquisa”, diz Iatã Cannabrava, da Editora Madalena, responsável pela edição junto com a ImageMagica.

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Para agilizar a descoberta dos personagens, a equipe contou com a orientação de formadores de opinião, gente antenada que circula muito e facilmente por inúmeras áreas e atua em formato de rede. Mas Lyon também se valeu das relações preciosas de alguns entrevistados para encontrar pessoas que nunca teriam conhecido de outra forma e não constam de listas ou grupos na rede. Falo de pessoas invisíveis, brasileiros da terra, aqueles que Lyon chama de “jóias escondidas”.

Assim, no livro e na exposição estão jovens, adultos, idosos, gente de diversos níveis social e econômico, de profissões, raças e localidades muito distintas, que enfatizam a pluralidade desejada. Entre os mais conhecidos do público estão o político Eduardo Suplicy (foto acima), a Monja Coen (foto abaixo) e a jornalista Eliane Brum ou, ainda, a designer industrial Paola de Orleans e Bragança (foto abaixo), o nadador Anthony Lawrence da Rocha Azevedo (foto acima)Mas também há outros absolutamente desconhecidos como Luiz Roberto Barros (abaixo, com seu guarda-chuva colorido), Leila Velez Hespanha e Josicleide Nascimento de Oliveira, fotografia com sua filha (as duas na foto que abre este post), João Souza Lopes Filho (abaixo, com seu cavalo) e Eliakim Rufino de Souza (abaixo, tatuado) ou que estão conquistando notoriedade pela trajetória inusitada e recente como Tete Brandolim (a primeira, abaixo), que foi alfabetizada aos 80 anos e, só então, se descobriu artista.

Com toda essa variedade de personalidades e de paisagens, seria natural que Lyon os fotografasse em cenários do cotidiano de cada um, mas o autor do projeto preferiu usar um fundo branco, como ele explica: “Muitos argumentavam que viajar para as áreas mais remotas de um dos países mais bonitos do mundo e negar a realidade das belezas naturais era loucura. Mas os anos como retratista em estúdio me ensinaram a força do pano branco ao fundo e a pureza da luz natural refletida. E, fotograficamente, o projeto consistia em criar retratos simples, focando na pessoa, destacados de seu entorno”.

Honrando os ancestrais e a oralidade

No livro, para cada retrato, uma página sobre as origens do personagem. As informações são baseadas em marcadores informativos de ancestralidade obtidos de várias populações nativas testadas pelos parceiros do projeto Family Tree DNA. As entrevistas – gravadas em português e inglês e consideradas por Lyon como a “estrutura emocional” do projeto – podem ser acionadas com o celular de quem folheia o livro ou aprecia a exposição: basta aponta-lo para o retrato, com o aplicativo Somos Brasil.

“Parecia poderoso e transgressor dar um papel aos sujeitos ao incorporar a palavra falada. Eu acreditava que isto auxiliaria na construção de um certo nível de intimidade na exposição e no livro que permitiria uma conexão mais profunda entre a audiência e os sujeitos. Diferentemente da interface habitual entre retrato e observador, o retratado teria validação nesta relação”, explica o artista.

Onde ver

O lançamento do livro e a abertura da exposição acontecem hoje (9/3) no Centro Britânico (Rua Ferreira de Araújo, 741), no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A mostra vai até 23/4, com entrada gratuita. Acompanhe as notícias sobre o projeto Somos Brasil em sua página no Facebook.

Fotos: Marcus Lyon

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