Na semana passada, como noticiamos aqui, neste outro post, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, anunciou a criação de duas novas Unidades de Conservação (UCs) marinhas: o arquipélago de Trindade e Martim Vaz, que fica a 1.200 km de Vitória, no Espírito Santo, juntamente com o arquipélago de São Pedro e São Paulo, no litoral de Pernambuco, formando assim, o maior conjunto de áreas marinhas protegidas do Atlântico Sul.
Todavia, após o anúncio do ministério, um grupo de cientistas e ambientalistas fez um importante alerta: nos planos do governo, uma parte sensível dos arquipélagos, justamente com a maior biodiversidade, ficará de fora das reservas de proteção.
Segundo os especialistas, foram feitas modificações no projeto original proposto para as UCs, o que as tornaria menos efetivas. Eles explicam que nas ilhas oceânicas e águas do entorno dos arquipélagos vivem dois tipos de animais, os recifais e os pelágicos/oceânicos. Os recifais são aqueles associados a rochas, algas calcárias, corais, esponjas e substratos consolidados. Já as espécies oceânicas e pelágicas vivem em uma vasta região, e se deslocam em águas mais profundas. E tanto áreas de espécies oceânicas, como recifais, estão fora do atual projeto.
O alerta dos ambientalistas e cientistas foi dado depois que os mesmos tiveram acesso aos mapas das futuras unidades de conservação, diferentes daqueles apresentados nas consultas públicas. Pressionado, o ministério do Meio Ambiente afirmou que os mapas ainda não são finais, já que “os limites ainda estão sendo negociados com a Marinha do Brasil e a Presidência da República”.
Sarney Filho tinha adiantado que as novas UCs marinhas seriam classificadas por duas modalidades diferentes de conservação: Monumento Natural (Mona) – 6,9 milhões de hectares – e Área de Proteção Ambiental (APA) – 40,2 milhões de hectares. De acordo com ele, em áreas de Mona não é permitido qualquer tipo de atividade econômica, já nas Apas, existe “a possibilidade de exploração sustentável, mediante planejamento”.
A proposta para a criação das reservas foi do ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e contou com o apoio de diversas organizações não-governamentais, com a campanha #ÉaHoradoMar!
Especula-se se a mudança nos mapas tenha relação com a Marinha, que mantém uma base na ilha de Trindade desde 1957. Em São Pedro e São Paulo, há uma Estação Científica, sob os cuidados da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, desde 1998.
Então, ajude a pressionar o governo a manter o que foi estabelecido e acordado desde o começo com diversas entidades do setor ambiental. Você pode fazer isso de várias maneiras:
1 – Por telefone:
* Comandante da Marinha, Almirante Bacellar Ferreira: (61)3429–1001
* Casa Civil da Presidência – Ministro Eliseu Padilha: (61) 3411-1573/1935
* Gabinete Pessoal do Presidente da República: (61) 3411-1200 / (61) 3411-1201
2 – E-mails institucionais ou pessoais:
* Educadamente peçam pela INCLUSÃO DAS ILHAS, RECIFES RASOS e PICOS SUBMERSOS, NOS MONUMENTOS NATURAIS. Ao Comando da Marinha assistcm@marinha.mil.br e ao gabinete da Presidência da República gabinetepessoal@presidencia.gov.br
3 – Petição online:
* Link: http://redeprouc.org.br/campanhas/eahoradomar/
4 – Carta aberta:
* Instituições e Universidades – Solicite a participação através do e-mail: painelmar@gmail.com
5 – Divulgação:
Divulgue esse conteúdo para a maior quantidade de pessoas e instituições possíveis, seja compartilhando a mensagem (em mídias sociais, imprensa, whatsapp) ou criando seu próprio conteúdo.
Foto: Ronaldo Francini Filho