Um estudo publicado esta semana mostra que as ondas nos oceanos do mundo estão mais potentes. Antes que os surfistas comemorem, porém, os pesquisadores advertem: isso é péssima notícia para as cidades costeiras, que já sofrem com o aumento do nível do mar.
Em artigo científico no periódico Nature Communications, o grupo do espanhol Borja Reguero, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), mostrou que, desde 1948, a potência das ondas cresceu em média 0,4% no planeta.
Isso tem relação direta com o aquecimento da superfície do mar. Na semana passada, uma outra pesquisa mostrou que os primeiros 700 metros de profundidade dos oceanos estão 40% mais quentes do que relatou o IPCC, o painel do clima da ONU, em seu grande relatório de 2013/2014.
“Esse estudo mostra que a potência global das ondas pode ser um indicador valioso do aquecimento global”, disse Ingo Losada, da Universidade da Cantábria (Espanha), coautor do trabalho, em comunicado à imprensa.
Como a ação das ondas é uma das determinantes da erosão de praias e do alagamento de cidades, em especial durante ressacas em maré alta, a energia adicional das ondas se combina com a elevação do nível do mar para causar mais destruição durante eventos extremos.
Esse impacto ficou claro, por exemplo, na temporada de furacões de 2017 no Caribe e nas tempestades de inverno de 2013 e 2014 no Atlântico Norte, que afetaram a Europa.
*Texto publicado originalmente em 15/01/2019 no site do Observatório do Clima
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Foto: domínio público/pixabay
Difícil se mudar de Planeta como se muda de casa quando ela já não serve mais. Bom seria que nosso semblante aparvalhado não se assustasse com a própria imagem no espelho, após prenúncios sombrios, principalmente quando, dizem os cientistas, a espécie humana é a única culpada. Ninguém para quem transferir a culpa das hecatombes previstas, o que nos faria sentir um pouco menos criminosos se a culpa fosse de Deus, do Apocalipse Dele ou do Universo, criação atribuída a Ele, que poderia estar mudando de lugar os astros e as estrelas e, com isso, empoderando as ondas terrestres para que elas engulam praias e pessoas. A raça humana é a culpada, nenhuma atenuante, existem testemunhas e câmaras flagraram; tem um dedinho nosso nessa lambança toda e psicólogos em vão conseguirão aliviar esse complexo de culpa tatuado na testa de cada terráqueo: matei a Terra. Um consolo resta apenas para os que morrerem antes do aquecimento global ficar mais insuportável do que está, elevando o nível dos mares a um patamar jamais visto, capaz até, pasmem, de alcançar o pescoço da Estátua da Liberdade e os Braços do Redentor. Agora para os que não vão morrer tão cedo, de causas naturais ou psicopatias, síndrome do pânico ou do terror, melhor não esquentar a cabeça e tirar os grilos da cuca porque, na melhor das hipóteses, pode ser que as ondas se comportem, fiquem longe das praias, não arrastem pessoas e os deuses do Olimpo se condoam de nós, pobres mortais; mas se acontecer o pior, isto é, se geleiras derretidas aumentarem o volume dos mares e sirenes alertarem terráqueos para que fujam pra qualquer lugar, ninguém sabe pra onde, levando o que puderem carregar, celular, idosos, bebês, cães, gatos, tartarugas e papagaios, não vão faltar Arcas de Noé modernas, estrategicamente estacionadas em locais seguros, com acesso pelo aplicativo, higienicamente descontaminadas, fartamente abastecidas com provisões na validade, climatizadas e equipadas com GPS para aqueles que houverem sido cadastrados antes, claro, priorizando-se os que estiverem vivos, portarem a carteirinha do Convênio e forem sócios, óbvio; com exceção dos malucos sarados e sem noção que se recusarem a viajar nas Arcas porque estão “na deles”, postando selfie e surfando nas ondas, fazendo piada e tirando um sarro dos apavorados.