Foram mais de 400 dias de tratamentos e cuidados. 406 para sermos exatos. Até que hoje, Santinha, a jiboia que se tornou símbolo contra o estigma a serpentes, após sofrer um espancamento brutal no Rio de Janeiro que quase a matou foi devolvida à natureza.
Santinha é uma jiboia de 2,4 metros que foi encontrada com diversas fraturas e ferimentos na cabeça. Resgatada, em estado grave, perto do Parque Nacional da Tijuca, ela foi levada para o Instituto Vida Livre. Lá durante mais de um ano ela passou por uma série de procedimentos.
Além de receber medicamento para minimizar a dor, a jiboia precisou ter a cabeça e mandíbula imobilizadas durante um longo tempo. Nesse período ela precisou ser alimentada através de uma sonda inserida até a cavidade estomacal, assim como receber uma hidratação “forçada”.
Toda a trajetória de sua recuperação foi acompanhada por milhares de internautas que se comoveram com o caso de Santinha. A cada melhora, o Vida Livre divulgava notícias e vídeos contando sobre os progressos da jiboia.
Nesta manhã, acompanhados do cantor Ney Matogrosso e da atriz Vera Holtz, apoiadores do lindo trabalho feito pelo instituto, a equipe soltou Santinha na floresta.
Ao ser aberta a caixa onde ela estava, aos poucos ela foi rastejando pelo chão e logo começou a adentrar a mata, seguindo seu caminho, em paz, e finalmente, livre mais uma vez.
“Com a dedicação de toda a nossa equipe e com a força e vontade de viver da própria Santinha conseguimos, juntos, transformar essa história. Foram meses de postagens e de uma torcida sincera que nos emocionou. Muitos foram os relatos de pessoas que mudaram sua visão sobre cobras depois de conhecerem a história de Santinha”, escreveu o Vida Livre em suas redes sociais.
A jiboia (Boa constrictor) não é venenosa. Pertencente à família Boidae, está entre as maiores espécies de serpentes não peçonhentas. Pode viver até 30 anos e é observada em todos os biomas brasileiros. Com hábitos noturnos, se alimenta de pequenos mamíferos roedores, além de aves, anfíbios, lagartos e ovos.
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Foto de abertura: reprodução vídeo