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Alvinho, raro tamanduá-bandeira albino descoberto em 2022 no MS, cresce saudável e independente: cada vez maior e lindo!

O raríssimo tamanduá-bandeira albino foi descoberto em meados de 2022 por funcionários da Fazenda Barra Bonita, na região de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e registrado pela Polícia Militar Ambiental (PMA), que logo comunicou os pesquisadores do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres (contei aqui).

Desde 2017, por meio do projeto Bandeiras e Rodovias, a organização se dedica a estudos de conservação e monitoramento do tamanduá-bandeira no Cerrado do Mato Grosso do Sul e à elaboração de medidas de mitigação contra atropelamentos da espécie.

Batizado de Alvinho, o animal chamou a atenção de todos não só porque é raro, mas porque não foi o primeiro tamanduá-bandeira albino encontrado na região. Um ano antes, outro filhote como ele foi visto nas proximidades, mas, pouco tempo depois, encontrado morto, certamente predado.

Seria irmão de Alvinho?

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Foto: reprodução do vídeo/Bandeiras e Rodovias

O filhote passou a ser monitorado pelos pesquisadores, por meio de um rádio colete, e, periodicamente, é capturado não só para manutenção e ajuste do dispositivo (afinal, o animal cresce!), mas também para que sejam colhidos materiais para exames com o intuito de verificar sua saúde e acompanhar seu desenvolvimento, sem interferir em sua rotina no habitat.

Até agora, foram realizadas seis capturas, a primeira em setembro de 2022, quando ele estava com apenas 5,6 kg e 102,5 cm de comprimento total, ou seja, da ponta do focinho ao final da cauda. E a cada novo ‘encontro’, todos ficam muito animados com o desenvolvimento do tamanduá.

“Até fevereiro, quando trocamos o colete (a bateria estava acabando), Alvinho estava ganhando peso e crescendo”, conta Grazielle Sorestini, médica veterinária e pesquisadora do ICAS. “Depois disso, no entanto, reparamos que ele perdeu peso, o que pode estar relacionado com o processo de independência da mãe, visto que, desde então, ele tem sido avistado sozinho”.

Neste mês, quando foi realizada a última captura (na semana passada), “registramos que ele já estava pesando 13,3 kg e media 152 cm!”, conta a veterinária. “Com exceção da quinta captura (realizada em fevereiro para troca do equipamento), o colete sempre foi alargado para acompanhar seu crescimento”. Hoje, Alvinho tem um ano.

Outra observação interessante é que, apesar de já se virar sozinho, ele se mantém na área de vida de sua mãe.

“Coitado! Esse colete deve machucar!”

Quando escrevi sobre Alvinho, em dezembro do ano passado, uma das questões mais levantadas por seguidores em nossas redes sociais foi o uso do colete com rádio.

“Não machuca?”, “Coitado do tamanduá! Deve ser horrível carregar esse colete!”, “Não tem outra forma de monitorá-lo, talvez com chip?”.

Foto: reprodução do vídeo/Bandeiras e Rodovias

Não! Não machuca e não há outra forma de fazer o monitoramento. E vale destacar que, antes de começar a utilizar esse dispositivo em animais monitorados pelo ICAS e pelo projeto Bandeiras e Rodovias, os pesquisadores se certificaram de que todos estariam muito confortáveis com ele. Com mais um detalhe: cada colete é personalizado!

“É importante ressaltar que o colete usado para o monitoramento é fundamental para a compreensão dos aspectos comportamentais da espécie. Eles são desenvolvidos de forma personalizada, sendo adaptáveis ao formato do corpo de cada animal. Além disso, há mais de dez anos a equipe do projeto acompanha de perto o desenvolvimento de tamanduás-bandeira”, destaca o projeto Bandeiras e Rodovias.

Em 2021, a bióloga Alessandra Bertassoni desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de avaliar e comparar o comportamento dos tamanduás com e sem colete de monitoramento, e constatou que sua utilização não interfere no comportamento da espécie, sendo o método mais seguro para obter informações atualizadas diariamente.

Agora, assista o Alvinho saindo da caixa de captura no seu ritmo em post do Bandeiras e Rodovias, na semana passada. E também ao vídeo que publicamos em nosso Instagram, que dá pra ver melhor a lindeza desse bicho.

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Foto (destaque): reprodução do vídeo

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