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Airbnb exclui passeios de camelo e a cavalo na região das pirâmides do Egito de sua lista de atrações

Airbnb exclui passeios de camelo e a cavalo na região das pirâmides do Egito de sua lista de atrações

Esta semana a ONG PETA celebrou mais uma vitória pelos direitos dos animais: o Airbnb anunciou que não promoverá (nem venderá) mais passeios e outras experiências com camelos e cavalos no complexo das Grandes Pirâmides de Gizé, no Egito.

A empresa americana decidiu interromper promoções e vendas de ingressos para qualquer passeio com animais depois que investigações da PETA Ásia revelaram a crueldade e o abuso que envolve a indústria do turismo daquele país.

Os animais são forcados a transportar turistas em carruagens mesmo exaustos, e se não correspondem à velocidade desejada, são espancados e chicoteados. São explorados sob sol escaldante e não têm nenhum minuto de acesso à sombra, muito menos descansocomida e cuidados veterinários para ferimentos e lesões, que se agravam.

Airbnb exclui passeios de camelo e a cavalo na região das pirâmides do Egito de sua lista de atrações
Foto: Schotti Highland / Pixabay

Os camelos que não servem mais para passeios são usados ​​como adereços para fotos. Os que não têm mais serventia ou são considerados velhos são vendidos para matadouros (por sua carne) e mortos de forma cruel: cortam-lhes a garganta e os deixam agonizando.

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Os que desmaiam no meio do passeio – devido à total exaustão – são largados à própria sorte e morrem. Investigadores da PETA encontraram corpos de cavalos mortos em lixões próximos às pirâmides.

Airbnb exclui passeios de camelo e a cavalo na região das pirâmides do Egito de sua lista de atrações
Foto: reprodução de vídeo da PETA

Uma onda de consciência 

A Airbnb não é a primeira empresa a abandonar essa atracão de turismo tão brutal, mas, segundo a PETA, se junta a uma lista crescente de empresas de viagens que têm se distanciado dessas práticas como a Black Tomato, a Shore Excursions Group, a ToursByLocals, a Under30Experiences e a World Travel Holdings, entre outras.

Operadoras de turismo – como a British Airways Holidays, a EasyJet Holidays, a G Adventures e a Hays Travel – também tiraram passeios de camelo de sua lista de atracões.

Para a PETA, “a única maneira de garantir que camelos e cavalos não sofram é parar de explorá-los completamente. A crescente lista de empresas que se recusam a apoiar a crueldade flagrante na indústria do turismo do Egito marca uma mudança esperançosa em direção a atrações compassivas e sem animais”. 

O que não faltam são opções, como a ONG conta: “Inovações como carrinhos elétricos, bondes, passeios de quadriciclo e outros podem fornecer às empresas de turismo uma fonte de renda que não envolva sofrimento animal”. 

Airbnb exclui passeios de camelo e a cavalo na região das pirâmides do Egito de sua lista de atrações
Foto: PETA Asia / divulgação

Com a onda de consciência – e de preocupação com sua imagem, claro! – que tem tomado as empresas que dependem do turismo, os ativistas acreditam que os turistas podem aprender a fazer escolhas mais éticas em suas viagens, também se negando a comprar de empresas que ainda apostam no entretenimento com animais. 

Qualquer animal exposto dessa forma passa SEMPRE por angústia e sofrimento, mesmo que os maus tratos não sejam explícitos. 

“Camelos e cavalos são animais emocionais e voltados para a família, formam amizades de longo prazo, protegem os membros de seu rebanho e cuidam de seus filhotes”, destaca a PETA. “Camelos são conhecidos por ‘soprar’ no rosto uns dos outros como uma saudação amigável, e as mães éguas cantam canções de ninar para seus preciosos bebês. Esses animais têm personalidades únicas e podem sentir amor, dor e medo”, completa.

Turismo e animais não combinam

A decisão do Airbnb dá grande esperança de que o futuro para o turismo com animais não existe. Mas ainda há muito a ser feito para protegê-los dessa exploração.

As empresas devem abrir mão desse tipo de entretenimento – e a campanha continua –, mas a PETA acredita que a verdadeira mudança só ocorrerá quando as atrações que usam animais forem completamente proibidas. 

Airbnb exclui passeios de camelo e a cavalo na região das pirâmides do Egito de sua lista de atrações

Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito prometeu reformas, mas os maus-tratos nas pirâmides continuam. Os ativistas enfatizam que ações mais fortes são necessárias, incluindo uma proibição total do uso de cavalos e camelos em locais turísticos.

No que tange ao público, a escolha de alternativas como passeios a pé ou visitas guiadasque não envolvam animais, pode ajudar a reduzir a procura e a incentivar mudanças duradouras. Também é importante que os governos invistam em campanhas de esclarecimento para que os turistas tomem, cada vez mais, a decisão de não pagar para se divertir a custa do sofrimento animal.

A PETA lembra que, para além do Egito, atrações com animais continuam a ser incentivadas em parques marinhos como o SeaWorld, nos Estados Unidos, que ainda mantém golfinhos e orcas em cativeiro, sofrendo de estresse e problemas de saúde devido às péssimas condições do cativeiro.

“Os shows com golfinhos continuam sendo uma atividade popular de férias, apesar da crescente conscientização de como esses animais inteligentes são forçados a fazer truques em espaços confinados”, salienta a organização.

No Brasil, algumas cidades estão deixando de usar burros, mulas e cavalos como animais de transporte e para puxar carruagens para turistas, mas essa consciência ainda é muito inicial. Faltam campanhas educativas por todo o país.

A seguir, assista (se tiver estômago forte) ao vídeo produzido pela PETA Ásia, que mostra maus-tratos aos animais no Egito, que serviu de prova irrefutável no convencimento dos/as responsáveis pelas empresas ligadas ao turismo no Egito.  

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Leia também:
Airbnb e outras empresas de viagens cortam laços com passeios de animais em Gizé

Foto (destaque): Shelby Murphy Figueroa / Unsplash

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