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Águia-de-cauda-branca volta a reproduzir na Bélgica, pela primeira vez, depois de 500 anos

Que boa notícia! No outono de 2023, um casal de águia marinha ou águia marinha cinzenta – como a espécie também é conhecida – fixou residência na reserva natural De Blankaart em Woumen, vila pertencente ao município de Diksmuide, província de Flandres Ocidental, no norte do país.

Esta é a primeira vez que a nidificação (ato de construir ninho) e a reprodução da águia-de-cauda-branca (Haliaeetus albicilla) são observadas na Bélgica, desde que o explorador florentino Giovanni da Verrazzano foi o primeiro europeu a observar a espécie na ilha de Manhattan, há 500 anos.

Embora esta espécie não seja considerada em perigo de extinção (falo disso mais adiante), a descoberta marca o regresso de uma ave considerada uma das principais águias da Europa, que foi fortemente banida da maior parte ocidental do continente.

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Icônica para os europeus há 6 mil anos – quando seus ossos eram cerimonialmente enterrados com restos humanos -, está presente em brasões e esculturas. Suas garras foram encontradas com entalhes feitos pelos Neandertais.

Família protegida

Depois de 38 dias de incubação, apenas um dos filhotes foi registrado – ao eclodir o ovo –pelos agentes do parque; o outro ainda não é conhecido, mas muito aguardado. Certamente, apenas em julho, será possível ver os dois se movimentando no ninho.

A novidade chamou a atenção de curiosos, amantes e observadores de aves. Por isso, para proteger a família, o governo logo criou uma área de segurança ao redor do ninho, de cerca de 300 metros, estabelecendo multas para quem tentar se aproximar.

Conforme a gravidade da infração, ointrusos podem ter que desembolsar 500 mil euros ou 2.734.118 reais!

Assim, resta avistar Paul, Betty (como foram batizados) e filhotes de uma ponte em arco, conhecida como a ponte romântica do parque ou, ainda, da cabana e torre de observação de aves. Mas somente com um binóculo poderoso.

História e comportamento

Do início de 1800 até por volta da Segunda Guerra Mundial, a águia-de-cauda-branca sofreu com alterações de seu habitat e a destruição de zonas úmidas. Em seguida, vieram os envenenamentos por agrotóxicos que resultaram em epidemias de falhas de nidificação, que continuam a ser uma grande preocupação. 

Por isso, em alguns países, ela chegou a ser considerada extinta. Mas graças a esforços governamentais, de conservacionistas e a naturalistas que protegem habitats e locais de nidificação, regulando a caça e o uso de pesticidas, a espécie foi reaparecendo, como aconteceu na Bélgica.

Em geral, a águia-de-cauda-branca vive a maior parte do ano próximo a grandes extensões de águas abertas, incluindo áreas costeiras de água salgada e lagos interiores de água doce, pântanos e rios. 

Para nidificar, aprecia árvores antigas ou amplas falésias e suprimento abundante de peixes e aves (principalmente aquáticas), além de coelhos e lebres. 

É, ao mesmo tempo, um poderoso predador de ponta e um necrófago oportunista (que se alimenta de carne de animais mortos). Para pescar, voa baixo sobre a água, paira por um momento e cai para pegar peixes na superfície. 

Espécie monogâmica, vive com o/a mesmo/a parceiro/a a vida toda ou durante um período da vida, compartilhando tarefas e o cuidado com os filhotes. Enquanto criam os pequenos, precisam de 500 a 600 gramas de alimento por dia!

A espécie na Europa 

Em partes da Noruega, Rússia e Alemanha é possível encontrar esta espécie que, recentemente, surgiu no leste da França e na Holanda e foi reintroduzida na Grã-Bretanha (está se reproduzindo em toda a Inglaterra pela primeira vez em 200 anos) e  na Irlanda

No século XX, a população de águia-de-cauda-branca caiu rapidamente devido ao aumento no uso de química agrícola (agrotóxicos, pesticidas, fertilizantes), que foi eliminada da paisagem europeia a partir de 2001.

Como resultado, agora existem mais de 6 mil casais reprodutores na Europa e a espécie está listada como menos preocupante na Lista Vermelha da IUCN – International Union for Conservation of Nature (União Internacional para Conservação da Natureza).
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Foto (destaque): Karl Adami/Creative Commons/License CC4.0.-SA

Fontes: GoodNews e Discovering Belgium

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