Não tem mais desculpa. Pelo menos para os pais americanos. Na hora de limpar o bumbum do bebê, o trabalho será finalmente dividido entre homens e mulheres. Acaba de ser aprovada uma lei nos Estados Unidos que obriga todos as repartições públicas e prédios do governo a terem trocadores de fralda nos banheiros masculinos. Chamada de Babies Act, a nova lei foi sancionada pelo presidente Barack Obama na semana passada.
“Governos precisam assegurar que banheiros sejam apropriados para toda a família. Nenhuma mãe ou pai deveria se preocupar em achar um local que seja limpo e seguro para trocar a fralda de seu bebê – pelo menos num edifício público, que é pago pelos contribuintes”, defendeu David Cicilline, parlamentar autor do projeto de lei. Republicano, Cicilline é um dos poucos gays que assumiram sua escolha sexual no partido de direita.
No ano passado, um senador do estado de Nova York, também já tinha apresentado uma proposta sobre o mesmo tema. Assim como Cicilline, Brad Hoylman se posicionou a favor da luta pela igualdade de genêro a partir de sua experiência pessoal. Casado com outro homem, ele tem uma filha de 4 anos e disse que, em diversas ocasiões, quando ela era bebê, eles foram obrigados a mudar a fralda dela no chão de banheiros, corredores ou em estacionamentos porque não havia trocadores nos banheiros masculinos.
“Isso é um anacronismo que reflete o preconceito em relação às mulheres, sempre tidas como as cuidadoras”, afirmou Hoylman na época. “Isso simplesmente não é o caso de hoje em dia. Além de termos casais do mesmo sexo, há também uma grande quantidade de pais solteiros“.
Ainda no ano passado, o ator americano Ashton Kutcher fez uma campanha nas redes sociais pelos trocadores nos banheiros masculinos. Pai de primeira viagem, ele organizou uma petição pedindo que duas das principais redes de varejo dos Estados Unidos, Target e Costco, se comprometessem a disponibilizar banheiros onde homens e mulheres pudessem entrar com seus bebês.
Afinal, por que mesmo só as mulheres devem trocar fraldas? Já há muitas décadas, pais e mães trabalham e são igualmente responsáveis pela criação de seus filhos. Pelo menos, deveria ser assim. A divisão de direitos e deveres vale tanto para as horas de diversão, quanto também para aquelas não tão legais assim. E trocar a fralda de um filho não é o fim do mundo.
Falta agora que esse tipo de lei chegue ao Brasil. Depois, vai ser a vez de rever a licença paternidade. Nos países escandinavos, o período de licença após o nascimento do filho pode ser compartilhado entre homens e mulheres. Genial, não?
Foto: Loriane DiSabatto/Creative Commons/Flickr