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A caminho da Patagônia, pesquisadores são saudados por golfinhos-panda

A caminho da Patagônia, pesquisadores são saudados por golfinhos-panda

“Estamos quase chegando a Puerto Deseado. A poucas dezenas de quilômetros da costa, depois de atravessar o golfo de San Jorge, somos recebidos por um grupo de golfinhos de Commerson. Eles são pequenos golfinhos brancos com uma barbatana dorsal curva. Eles são emblemáticos da América do Sul e é a primeira vez que os vejo! Eles se movem em grupos e, como muitos golfinhos, gostam de brincar na proa do navio”.

O relato acima foi compartilhado recentemente pelo pesquisador e documentarista francês Victor Rault, idealizador do projeto Captain Darwin, que está refazendo a rota do famoso naturalista britânico, o pai da Teoria da Evolução das Espécies, ao redor do planeta (leia sua entrevista exclusiva ao Conexão Planeta aqui).

Depois de passar pelo Brasil e Uruguai, a embarcação está agora na Argentina, para seguir em breve rumo à Patagônia. A região de Puerto Deseado, onde os golfinhos brancos foram avistados fica no extremo sul argentino.

O golfinho-de-commerson (Cephalorhynchus commersonii), também conhecido como golfinho-panda ou golfinho-doninha, é uma das três menores espécies desses animais, chegando a medir, no máximo, 1,5 metros.

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Um de seus nomes populares, “panda” é uma alusão ao seu corpo preto e branco. A espécie foi descrita por um naturalista francês em 1767.

“Philibert Commerson estava a bordo da expedição de Louis-Antoine de Bougainville, no século XVIII. Ele batizou a buganvília, espécie de planta que descobriu no Brasil, em homenagem ao líder da expedição. E como Commerson observou e descreveu muito esses pequenos golfinhos brancos, eles receberam o seu nome”, explicou Rault.

Há duas subespécies de golfinhos-de-commerson. Uma delas na América do Sul (C. commersonii commersonii), onde foi observado o grupo que saudou o barco do Captain Darwin, e outra (C. commersonii subsp) no entorno das Ilhas Kerguelen, no Oceano Índico.

A sul-americana é a menor em tamanho e apresenta os tons pretos e brancos mais distintos. Também é a mais abundante. A outra possui uma coloração mais acinzentada.

Além da costa da Argentina, sobretudo próximo às Ilhas Malvinas e a Tierra del Fuego, os golfinhos-panda nadam também pelas águas frias do Chile e do sul do Brasil. Pouco sabe-se sobre seu comportamento migratório, mas pescadores afirmam que durante o inverno eles somem das áreas onde costumam ser encontrados.

A caminho da Patagônia, pesquisadores são saudados por golfinhos-panda

Fêmeas e machos são diferenciados pela forma da mancha branca no ventre
(Foto: cedida gentilmente por ©Captain Darwin / Victor Rault)

*Com informações adicionais da MarineBio Conservation Society 

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Foto de abertura: cedida gentilmente por ©Captain Darwin / Victor Rault)

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