Por Priscila Pacheco*
“Com os dados do [serviço climatológico europeu] Copernicus para o penúltimo mês do ano, podemos agora confirmar com certeza que 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro ano civil acima de 1,5 °C”, afirmou Samantha Burgess, diretora-adjunta do serviço, ao divulgar os números de seu boletim, ontem (9).
Novembro de 2024 registrou uma temperatura média do ar na superfície de 14,10 °C, o que é 0,73 °C acima da média para o mês no período de 1991-2020. Esse resultado torna o mês o segundo novembro mais quente já registrado, atrás apenas de novembro de 2023.
De janeiro a novembro, a anomalia da temperatura média global ficou 0,72 °C acima da média de 1991-2020, a mais alta já registrada para esse período, superando em 0,14 °C o mesmo intervalo em 2023. Esses dados confirmam que 2024 será o ano mais quente já registrado, com a temperatura global excedendo em mais de 1,5 °C o nível pré-industrial (1850-1900). “Isso não significa que o Acordo de Paris foi violado, mas reforça que uma ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca”, destacou Burgess.
A temperatura média da superfície do oceano em novembro foi de 20,58 °C, o segundo maior registro para o mês, apenas 0,13 °C abaixo de novembro de 2023. As águas mais quentes fornecem maior energia para a formação de furacões.
No Oceano Atlântico, a temporada de furacões deste ano (1º de junho a 30 de novembro) foi 28,5% mais intensa do que a média, com 18 tempestades nomeadas (ventos a partir de 39 km/h), segundo
dados da NOAA – National Oceanic and Atmosphere Administration (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), dos Estados Unidos. Dessas, onze se tornaram furacões (ventos a partir de 119 km/h) e cinco evoluíram para grandes furacões (ventos a partir de 178 km/h).
Quanto ao gelo marinho, a extensão no Ártico foi a terceira menor já registrada para o mês, ficando 9% abaixo da média histórica. Na Antártida, a extensão do gelo ficou 10% abaixo da média, mantendo a tendência de anomalias negativas observada em 2023 e 2024.
O Copernicus também apontou que regiões do planeta registraram condições de umidade ou seca mais extremas do que a média.
* Texto originalmente publicado no site do Observatório do Clima em 9/12/2024
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Foto: John McColgan, Bureau of Land Management, Alaska Fire Service. – Alaskan Type I Incident Management Team, Public domain, via Wikimedia Commons