16 pesquisadores que atuam no Brasil estão entre os mais citados do mundo

A lista dos pesquisadores mais citados do ano é produzida pela Clarivate Analytics – empresa de serviços voltados à análise de pesquisas acadêmicas e científicas – desde 2014, com o intuito de promover a integridade das pesquisas ao divulgar os cientistas de todo o mundo que mais se destacaram por sua influência significativa e ampla em seus campos de atuação.

São 21 áreas da ciência, entre elas meio ambiente e biologia (141 cientistas), ciência de plantas e animais (194), engenharia (108), física, química (218), biologia molecular e genética, agricultura (106), geociências (175), neurociência (231), microbiologia (193), medicina clínica (443), imunologia (193) e ciências sociais (204). Veja a lista completa aqui.

Por meio de critérios de seleção rigorosos e análise abrangente, os pesquisadores da Clarivate identificam profissionais cujas contribuições excepcionais e comunitárias contribuem para moldar o futuro da ciência, da tecnologia e da academia de forma global. A análise explora o cenário global de talentos de pesquisa de alto nível, fornecendo insights sobre tendências globais de pesquisa e inovação. Da população mundial de cientistas, os listados são 1 em mil.

Este ano, a Clarivate concedeu 6.886 designações de Pesquisador Altamente Citado a 6.636 indivíduos; destes, 3.326 se destacam em mais de uma área.

Campeões brasileiros

Entre os pesquisadores indicados no ranking, estão 16 cientistas de instituições brasileiras: oito, da USP – Universidade de São Paulo, que integram grupo da área de saúde e nutrição (Nupens – Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde); outros quatro são da região sudeste, e três, do sul. 

Quase a totalidade dos cientistas de instituições brasileiras atua em Ciências Biológicas, alguns na interface com as Ciências Humanas. E apenas um é da área de Exatas. Veja quem são:

– Albert Icksang Ko, da Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, RJ;

– Bernardo Strassburg (segundo, da esq. para a dir., na foto de destaque), da PUC-Rio, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro ;

– Carlos Augusto Monteiro do Nupens/Faculdade de Saúde Pública, da USP;
– Carlos Barrios, da PUC-RS, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul;
– Cesar Gomes Victora, da UFPel – Universidade Federal de Pelotas, RS;
– Eurídice Martinez Steele (terceira, da esq. para a dir., na foto de destaque), do Nupens/Faculdade de Saúde Pública, da USP;

– Felipe Barreto Schuch, da UFSM – Universidade Federal de Santa Maria, RS;
– Francisco Murilo Zerbini, da Universidade Federal de Viçosa, MG;
– Geoffrey Cannon, do Nupens/Faculdade de Saúde Pública, da USP;
– Jean-Claude Moubarac, da Universidade de Montreal e da USP (tem vínculo com a universidade brasileira, mas não atua no Brasil);
– José Marengo (quarto, da esq. para a dir., na foto de destaque), do Cemaden – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, São José dos Campos, SP, o único que atua na área de Exatas;

– Maria Laura da Costa Louzada, do Nupens/Faculdade de Saúde Pública, da USP;
– Mauro Galetti (primeiro, da esq. para a dir., na foto de destaque), da Unesp – Universidade Estadual Paulista, é um dos coordenadores do CBioClima  – Disseminação do Centro de Dinâmica da Biodiversidade e Mudanças Climáticas.

Em novembro de 2023, Galetti lançou, o livro Um Naturalista no Antropoceno – Um biólogo em busca do selvagem, pela Editora Unesp, que venceu o Prêmio Jabuti Acadêmico (primeira edição) em 1º lugar na categoria Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia e o Prêmio Abeu, em 1º lugar na categoria Ciências da Vida;

– Pedro Henrique Santin Brancalion, da Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (unidade da Universidade de São Paulo), em Piracicaba, SP;
– Raul Santos, do Hospital Albert Einstein e da USP; e
– Renata Bertazzi Levy, do Nupens/Faculdade de Saúde Pública, da USP.

Ranking de países

Os pesquisadores listados trabalham em 59 países e regiões, mas 85,4% estão concentrados em apenas dez deles, destacando uma concentração dos melhores talentos globais em pesquisa.

74,4% dos listados tem origem nos cinco países líderes: EUA (2.507 ou 36,4% do grupo, mas sua participação vem diminuindo gradativamente desde 2018, quando registrou 43,3%), China (1.406 ou 20,4%; dobrou sua participação desde 2018), Reino Unido (563 ou 8,2%), Alemanha (332) e Austrália (313).

Em seguida, estão Canadá (206), Holanda (185), Hong Kong (134), França (126) e Cingapura (108), que se junta ao top 10 deste ano, substituindo a Itália.

Critérios

Para chegar à lista final, os analistas da Clarivale avaliam apenas artigos científicospublicados em periódicos indexados na plataforma Web of Science, como Nature e Science, e que tenham indicadores bibliométricos (que avaliam o desempenho da produção científica) de impacto. 

Na primeira etapa da análise, nomes ambíguos já são descartados. Em seguida, artigos com mais de 30 autores ou com autoria de grupos de pesquisa ou instituições também, pois seria muito difícil calcular a citação individual de cada um. 

Dados que fraudam políticas e éticas de publicação ou relacionados a processos de má conduta também excluem pesquisadores do ranking.

A partir daí, é produzida uma lista preliminar, divulgada em meados de setembro, que ainda carece de verificação de identidade de cada autor e instituição, tarefa que leva mais ou menos um mês. E a divulgação sai em novembro. 
_______

Acompanhe o Conexão Planeta também em nosso canal no WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular.

Fotos (destaque): Mauro Galetti (divulgação/Editora Unesp); Bernardo Strassburg (divulgação/PUC-RJ); Eurídice Martinez Steele (divulgação); e José Marengo (divulgação/Cemaden)

Com informações da Clarivate Analytics, Folha de SP e G1