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Pesquisadores da Nova Zelândia gravam os primeiros sons de tubarões, derrubando a tese de que são animais silenciosos

Pesquisadores da Nova Zelândia gravam os primeiros sons de tubarões, derrubando a tese de que são animais silenciosos

Os tubarões sempre foram considerados animais extremamente silenciosos, em especial ao caçar suas presas. Mas tal reputação caiu por terra a partir do estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e relatado em artigo publicado no periódico científico Royal Society Open Science na semana passada. O autor sênior é o professor Craig Radford, especialista em sons produzidos e ouvidos por criaturas marinhas.

Radford, a cientista Carolin Nieder, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, e colegas estudavam a audição de tubarões-de-plataforma (Mustelus lenticulatus) em cativeiro quando perceberam que os animais produziam sons constantes, que pareciam cliques sequenciais, quando os manipulavam (ouça no final deste post).

“Fiquei muito surpresa porque presumia que tubarões não fazem barulho”, declarou ela ao site Science Alert. “No começo, não tínhamos ideia do que era e me lembro de chegar em casa e pensar cada vez mais sobre o quão estranhos eram aqueles sons”, contou à revista Scientific American.

O estudo é o primeiro caso documentado de tubarões produzindo sons e os pesquisadores acreditam que, no caso da espécie plataforma, “o estalar forte dos dentes achatados pode ser responsável pelos sons”, destacam no artigo. 

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Alarme, aviso ou defesa

O tubarão-de-plataforma é uma pequena espécie nativa encontrada em estuários rasos e águas costeiras da Nova Zelândia; se alimenta de caranguejos e outros crustáceos e é predado por tubarões maiores. Ele integra os elasmobrânquios, família de peixes cartilaginosos, como raias, arraias e peixes-serra.

De acordo com os cientistas, relatos de arraias produzindo sons como cliques em resposta à aproximação de mergulhadores, registrados em 2022, lançaram dúvidas sobre a visão de que os elasmobrânquios não emitem sons para se comunicar. Agora, os tubarões vieram confirmar essa natureza.

Os e especulam que os cliques emitidos pelos tubarões-de-plataforma durante o manuseio podem ser uma reação ao estresse ou susto provocado pelo manuseio.

Os tubarões não fizeram nenhum barulho enquanto nadavam livremente ou se alimentavam no tanque. E faziam mais barulho nos primeiros 10 segundos de manuseio do que nos segundos 10 segundos, levando os cientistas a levantarem a hipótese de que os cliques são uma espécie de angústia, que pode diminuir com o tempo, à medida que os animais se acostumam ao manuseio.

Agora, resta saber se os tubarões-plataforma produzem ‘cliques’ em condições naturais, em seu habitat, sem interferência humana. E, também, se os ruídos funcionam como sinal biológico de alarme, aviso ou defesa.

Por isso, Nieder e seus colegas decidiram continuar os estudos e recomeçar sua investigação com tubarões-plataformas nos estuários da Nova Zelândia. E, assim, decifrar o mistério.

Agora, ouça os sons emitidos pelos tubarões e gravados pelos cientistas:

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Com informações de Universidade de Auckland, Science Alert e Science Adviser

Foto: Paul Caiger / Universidade de Auckland / divulgação

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