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Pesquisadores plantam clones de araucária de mais de 700 anos que tombou no Paraná

Pesquisadores plantam clones de araucária de mais de 700 anos que tombou no Paraná

Em outubro de 2023, um espécime do mais famoso símbolo do estado do Paraná desabava: uma araucária gigante (Araucaria angustifolia), com mais de 700 anos e 42 metros de altura, tombava durante um temporal no município de Cruz Machado. A árvore, que ficava em uma propriedade rural particular, tinha mais de 6 metros de circunferência.

Agora, cerca de um ano e meio após a queda da araucária majestosa, pesquisadores da Embrapa anunciam que conseguiram plantar mudas clonadas da árvore original.

“Resgatar uma araucária tão antiga e cloná-la com sucesso é uma conquista científica”, celebra Ivar Wendling, pesquisador da Embrapa. Segundo ele, foi possível produzir quatro mudas do tronco, que contém o DNA original da araucária.

Wendling explica que pelos clones serem originários de tecidos adultos, eles irão originar árvores de porte menor, mas que começarão a produzir pinhão mais cedo do que uma árvore convencional.

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Os brotos usados no enxerto para a clonagem foram tirados da araucária gigante, logo após ela ter caído. Em seguida, eles foram colocados em mudas já estabelecidas. Para o lugar do plantio, foram escolhidas a localidade da árvore original, a propriedade da Dona Terezinha de Jesus Wrubleski, e uma escola agrícola da região, onde estudantes poderão acompanhar o desenvolvimento da espécie.

“Minha família já está há mais de 70 anos nessa propriedade e a araucária era parte da nossa família. Agora, poderemos mostrar a sua ‘filha’”, disse Dona Terezinha.

Pesquisadores plantam clones de araucária de mais de 700 anos que tombou no Paraná
Coleta dos brotos da árvore caída que foram usados no enxerto
Foto: Kátia Pichelli

Além do Paraná, a araucária é observada também em porções mais altas e frias de outros estados da regiões Sul e Sudeste. Acredita-se que a espécie, que pode chegar a 50 metros de altura, o mesmo porte de uma castanheira amazônica, exista há 200 milhões de anos.

Mas, infelizmente, essas árvores que atravessaram tantos séculos, correm o risco de serem extintas, já que estão ameaçadas. Atualmente há apenas pequenas florestas delas, em áreas fragmentadas. As matas da espécie já tiveram uma redução de 98% de sua ocupação original.

Pesquisadores plantam clones de araucária de mais de 700 anos que tombou no Paraná
Dona Terezinha e Ivar Wendling plantando a araucária clonada
Foto: Kátia Pichelli

Ao longo das últimas décadas, as araucárias sofreram com a intensa exploração madeireira e com a colheita fora de época do seu fruto, o pinhão, que impactou a reprodução da espécie. 

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Foto de abertura: divulgação prefeitura de Cruz Machado

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