Avistar e fotografar um jacu-estalo-de-bico-vermelho (Neomorphus pucheranii) é algo tão difícil que ele é considerado o “santo graal” dos observadores de aves. Mas foi o que conseguiu fazer o biólogo Luis Morais, ao registrar esse animal tão raro no Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre, na fronteira com o Peru.
Morais fez essas fotos em novembro de 2024, em uma expedição ao local, próximo à região do rio Moa, quando realizava um trabalho de campo para seu doutorado, que buscava propor uma nova classificação para o gênero Neomorphus, já que há pouquíssimas informações sobre essas aves, número de espécies ou sua distribuição.
O biólogo teve a ajuda de indicações de moradores de comunidades locais e do ornitólogo Ricardo Plácido, especialista em aves do parque, que já conheciam o jacu-estalo-de-bico-vermelho. Mesmo assim não foi fácil. Foram necessários quatro dias de caminhadas em trilhas para encontrar a rara ave.
“As fotos geraram espanto na comunidade de ornitólogos e passarinheiros. Não se tinha noção do colorido dessa espécie baseado nos exemplares conservados em museus”, celebra Morais.
Medindo cerca de 50 centímetros, essa espécie da Amazônica, observada também em florestas da Colômbia, Equador e Peru, é famosa pelo colorido vibrante do bico vermelho com ponta amarela e da região pós-ocular, também avermelhada e com uma pincelada de azul. Ela possui ainda uma cauda grande e longa furta-cor.
Como outros jacus, denominação comum a várias espécies de aves galiformes, a estalo-do-bico-vermelho é terrestre e acredita-se que se alimenta de enxames de formigas-correição.
As fotos foram divulgadas nesta terça-feira (04/02) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra esse parque nacional, um importante habitat da fauna e flora amazônica.
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Foto de abertura: Luis Morais