Cereja-de-guapiaçu é o nome popular de uma nova espécie de árvore frutífera da Mata Atlântica: a Eugenia guapiassuana foi recém-descoberta por Messias Gomes da Silva, funcionário da Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), no município de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.
Ela foi descrita em artigo publicado em importante revista científica da área de Botânica, a Kew Bulletin, que é resultado da parceria entre pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do site E-Jardim. O estudo contou com o apoio técnico e logístico da REGUA.
Majestosa e exuberante
De grande porte, a árvore belíssima tem tronco muito vistoso e porte majestoso, perdendo as folhas durante parte do ano. O tronco tem formato de coluna e é liso, indo do marrom-escuro ao marrom-claro à medida que muda de casca, lembrando o pau-mulato (Calycophyllum spruceanum).
Atinge até 15 m de altura na natureza e sua exuberante floração – sem folhas e repleta de flores grandes e rosadas – chama a atenção levando à comparação com a cerejeira-japonesa ou sakurá. Por isso, também recebeu o apelido de eugênia-sakurá, que contrasta com outras espécies do gênero Eugenia, que é um dos mais ricos da flora brasileira e apresenta flores pequenas e brancas.
Seus frutos são saborosos e consumidos ao natural ou aproveitados da mesma forma que os da cereja-do-rio-grande e os da cereja-amarela-de-niterói. A planta é uma árvore belíssima, de tronco muito vistoso e floração exuberante (conforme descrito acima), de porte majestoso.
A espécie Eugenia guapiassuana pertence ao grupo Phyllocalyx de Eugenias (E. involucrata,E. minutifolia, E. superba, E. selloi, E. luschnathiana, entre outras cultivadas), sendo considerada parente mais próxima da E. involucrata, árvore frutífera nativa do bioma, popularmente conhecida como cereja-do-rio-grande; daí a inspiração para seu batismo popular e científico.
Segundo o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, “seus frutos apresentam coloração vermelho-vivo e polpa alaranjada e suculenta, bastante aromática e de sabor levemente ácido”, e podem ser consumidos ao natural, além de aproveitados como os frutos da cereja-do-rio-grande e da cereja-amarela-de-niterói.
Em perigo
A descoberta é recente, como contamos, mas ela já está criticamente ameaçada de extinção devido à sua raridade e à degradação de seu habitat provocada por atividades agrícolas e pela expansão urbana. Por isso, o Jardim Botânico indica que a espécie seja cultivada e utilizada em projetos preservacionistas” para não desaparecer. Há apenas três exemplares na região da bacia do Rio Guapiaçu.
Segundo o Sítio E-Jardim, a Eugenia guapiassuana é de fácil cultivo em solos férteis ou adubados periodicamente, e de crescimento rápido. Requer luminosidade a sol pleno ou meia sombra, mas as mudas jovens devem ser protegidas da luz solar direta.
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Foto (destaque): Thiago Fernandes/Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Com informações do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Sítio E-jardim