Você ainda não estava sabendo? Pois é, muito em breve Messi, Taylor Swift e Leonardo DiCaprio chegarão ao Brasil. Eles já começaram a jornada, saindo da Patagônia Argentina, e nadando até a costa brasileira. Oi?! Nadando, como assim? Essa história está parecendo papo de maluco! Na verdade, estou falando sobre os 20 pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), monitorados pela Global Penguin Society (GPS), e que foram batizados com nomes de celebridades.
Obviamente, que como esse é um projeto argentino, vários dos pinguins ganharam nomes de pessoas famosas daquele país, como os jogadores de futebol Lionel Messi, Nacho e Dibu Martinez, o DJ e produtor musical Bizarrap, além de outras estrelas internacionais, como a cantora Taylor Swift, o ator e ambientalista Leonardo DiCaprio, e até, o vocalista, já falecido da banda Queen, Freddy Mercury.
Os pinguins que fazem parte do grupo receberam pequenos dispositivos com transmissores de sinal via satélite e dessa maneira serão monitorados em sua jornada migratória de inverno, uma viagem de mais de 6 mil quilômetros. O objetivo dos pesquisadores é entender melhor a biologia e a ecologia dessas aves.
Para engajar ainda mais pessoas no projeto, além dos nomes de estrelas, é possível acompanhar o percurso de cada um deles, em tempo real, no mapa no site da GPS. Basta clicar sobre o nome do pinguim e descobrir onde ele se encontra nesse exato momento.
“O que buscamos é que cada vez mais pessoas no mundo se interessem por esses incríveis animais que estão ameaçados pelo manejo inadequado das pescarias, a mudança climática, a poluição por petróleo e plásticos, e o distúrbio humano nas colônias de reprodução”, diz o biólogo marinho Pablo García Borboroglu, presidente e fundador da GPS.
A pesquisa da Global Penguin Society conta com o apoio da National Geographic Society e do Fundo de Conservação da Disney, conta com a participação da Universidade de Stanford, do CONICET, da Administração de Parques Nacionais e da Província de Chubut. A análise dos dados abrangerá diversos aspectos, incluindo os padrões migratórios que permitem identificar as rotas preferidas pelos pinguins, os tempos de viagem e as áreas de descanso durante a migração. Também serão estudadas as variáveis oceanográficas associadas aos padrões migratórios, tais como a temperatura superficial do mar, as correntes oceânicas e a concentração de clorofila. Por último, será útil para prever os efeitos da mudança climática sobre essas variáveis e as consequentes alterações nas rotas migratórias e na sobrevivência dos pinguins.
Mapa mostra, em tempo real, a localização do pinguim Messi
Imagem: reprodução Global Penguin Society
Medindo entre 40 e 45 cm de altura e pesando aproximadamente 4 kg, os pinguins-de-magalhães. Os têm costas pretas e frentes brancas, com duas faixas negras ao longo do pescoço. Seus rostos apresentam uma lua crescente branca que vai dos olhos até a garganta.
A espécie pode ser observada em toda a costa meridional da América do Sul, do centro da Argentina ao centro do Chile, incluindo o Cabo Horn e as Ilhas Malvinas. Seu período de migração acontece de abril a agosto, com a população atlântica deslocando-se para o norte, rumando para o litoral brasileiro.
Pinguim-de-magalhães com dois filhotes
Foto: National Geographic
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Foto de abertura: P.G. Borboroglu / Global Penguin Society
