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Caatinga deve ganhar novas unidades de conservação, entre elas, uma para salvar da extinção o soldadinho-do-araripe

Caatinga deve ganhar novas unidades de conservação, entre elas, uma para salvar da extinção o soldadinho-do-araripe

Com seu topete imponente vermelho e a plumagem toda branca, com apenas algumas listras em perto, o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni) é um pássaro encontrado apenas em uma área muito restrita, de menos de 50 km2, nos municípios de Crato, Barbalha e Missão Velha, na Chapada do Araripe, no Ceará. Chamado de “Guardião das Nascentes”, ele faz ninhos próximo a riachos, no semiárido da Caatinga.

Desconhecido pela ciência até 1998, tão logo o soldadinho-do-araripe se tornou oficialmente uma nova espécie, já foi classificado como em perigo crítico de extinção, uma categoria abaixo do desaparecimento na natureza. Estima-se que sua população seja de aproximadamente 800 indivíduos.

E a região onde vive essa espécie, endêmica do Brasil, o Refúgio de Vida Silvestre do Soldadinho do Araripe, está entre as áreas que podem ter seu raio de proteção ampliado e se tornarem Unidades de Conservação (UC) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente e do Clima.

O instituto anunciou recentemente a seleção de 12 propostas prioritárias para criação de novas UCs até 2026 no bioma Caatinga. Além do lar do soldadinho-do-araripe, outras áreas sendo consideradas são o Parque Nacional da Serra das Confusões (PI) e a Floresta Nacional de Açu (RN).

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O anúncio sobre a intenção de ampliar o número de UCs na Caatinga aconteceu durante o lançamento da campanha Movimento Nacional de Enfrentamento à Desertificação e às Secas, em Petrolina (PE). A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou do evento, acompanhada do secretário-executivo da Convenção de Combate à Desertificação da ONU, Ibrahim Thiaw.

“Já estamos vivendo a mudança do clima, que agrava a condição da Caatinga. A ciência nos mostra uma ampliação das áreas semiáridas que estão ficando áridas. Se descaatingamos, agravamos o problema”, alertou Marina. 

Na ocasião, o governo federal divulgou uma série de outras medidas para enfrentar a desertificação. Um estudo estudo realizado pelo Inpe e pelo Cemaden, revelou que as áreas suscetíveis à seca extrema no país aumentaram 8,5% de 2005 a 2023: englobam 1.561 municípios, em 13 estados, onde vivem quase 38 milhões de brasileiros. 

Entre as iniciativas anunciadas, que contam com parcerias internacionais, estão o investimento de R$ 30 milhões para o projeto Conecta Caatinga, de gestão integrada da paisagem para o enfrentamento da mudança do clima, e R$ 50 milhões para o projeto Arca: Áreas Protegidas da Caatinga.

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Foto de abertura: Rick elis.simpson, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

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