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Brasília ganha primeira delegacia de repressão a crimes contra animais do país, com estrutura e equipe exclusivas

A população de Brasília já conta com uma Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais, a primeira do país com estrutura física e de pessoal dedicados exclusivamente ao tema. Em junho de 2021, foi inaugurada em Aracaju, Sergipe, a Delegacia de Proteção Animal e Meio Ambiente, com finalidades semelhantes. 

Lançada pelo governo do Distrito Federal e a Polícia Civil, a unidade especializada vai garantir direitos aos animais, combater crimes contra eles e investigar mais detalhadamente as ocorrências de maus-tratos, crueldade, negligência e abandono de animais domésticos e de rua, como cães e gatos, além de animais silvestres.

A nova delegacia está instalada no Complexo da Polícia Civilperto do Parque da Cidade e do Sudoeste – e tem equipe policial exclusiva, composta por seis servidores, sendo um delegado, um escrivão e quatro agentes. A previsão é aumentar o quadro para 11 servidores

O delegado-geral da Polícia Civil, Robson Cândido, afirmou que a nova delegacia atende a um anseio da população. “A criação da Delegacia de Repressão aos Crimes contra os Animais é resultado de uma grande demanda da sociedade que acompanha com preocupação o crescimento das ocorrências de maus-tratos e crueldade contra cães, gatos e outros bichos”, explicou.  

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Protetores de animais  

Entidades protetoras dos animais, que reclamavam da falta de punição dos agressores, veem com otimismo a implantação da delegacia para combater os crimes contra animais. 

Regina Corvello, da organização não governamental SOS Pets Brasil, descreve que, diariamente, se depara com situações de abandono e maus-tratos ao resgatar cães e gatos de rua. “[Resgatamos] até mesmo bichos que viveram cinco ou dez anos com uma família e sofrem agressões ou são abandonados muitas vezes por motivos fúteis,” revela.  

“Uma delegacia especializada, que compreende o contexto em que ocorrem os maus tratos, as consequências físicas e comportamentais nos animais vítimas de violência, bem como a importância do bem-estar animal para a sociedade, será excelente. Um grande incentivo para coibir os crimes contra os animais”, comemora. 

Elaine Monteiro Mariz Campos, protetora de animais independente e artista plástica, começou adotando animais em situação de rua e passou ao resgate de vítimas de maus tratos um tempo depois. Ela chegou a ter 25 gatos sob sua responsabilidade. Foram 18 filhotes acolhidos com suas mães felinas. Hoje, abriga dez gatos e três cães, todos resgatados, sob cuidados veterinários e alimentação adequados.  

Sobre a nova delegacia, Elaine presume que, além de reprimir e investigar crimes contra animais, a atuação policial poderá resguardar os protetores da causa animal, como ela.

“A autoridade policial já impõe respeito e vai poder dar proteção ao protetor [de animais], em um momento de perigo, quando fazemos resgates na casa de tutores irresponsáveis e, muitas vezes, violentos”, avalia. 

“A maioria dos protetores é mulher e elas muitas vezes se colocam em enfrentamento com pessoas que maltratam animais de rua ou mesmo seus próprios animais. Algumas se indispõem com vizinhos. Há casos em que vamos alimentar animais em situação de rua e os moradores da região querem impedir”, revela Eliane.

Serviço 

Para denunciar e ajudar no combate a crimes contra animais no Distrito Federal, entre em contato com a Polícia Civil com o maior número possível de informações, por meio digital, no Denúncia On line, por telefone, para o número 197, ou envie mensagens de texto e fotos por WhatsApp (61) 98626-1197 e-mail. Não é necessário se identificar.

Foto: Amaya Eguizábal/Pixabay 

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