
160 km de comprimentro e 26 km de largura. Com uma área de 4.160 km2, um gigantesco bloco de gelo que se desprendeu da plataforma de Ronne, na Antártica, acaba de se tornar o maior iceberg do mundo. Ele tem o formato parecido à ilha de Manhattan, mas 70 vezes o seu tamanho. Ou em termos brasileiros, três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
A descoberta do iceberg foi feita por pesquisadores do British Antarctic Survey, que alertaram organizações internacionais sobre o registro. Após isso, a Agência Espacial Europeia, através de imagens do satélite Copernicus, confirmou a notícia.
Batizado de A-76 (todo iceberg recebe um nome), o bloco de gelo está flutuando no Mar de Wedell, ao sul da América do Sul.
Há suspeita de que o iceberg se soltou devido a um processo conhecido como hidrofratura. Ele ocorre quando a água – que é mais pesada que o gelo – flui através de rachaduras na superfície das plataformas causadas pelo aquecimento da superfície, forçando violentamente as fraturas a se abrirem, culminando com a quebra do iceberg.
A temperatura média da superfície da Terra aumentou 1oC desde o século 19, todavia, na região da Antártica esquentou mais do que o dobro.
Até o ano passado, o maior iceberg do mundo era o A-68. Em 2020, havia temor que ele pudesse atingir uma área de preservação ambiental no Atlântico Sul, mas ele acabou se partindo em pedaços menores.
Cientistas ressaltam que a presença de icebergs no oceano aberto traz benefícios naturais. Esses blocos de gelo carregam enormes quantidades de poeira que fertilizam o plâncton, conjunto de diminutos organismos que habitam águas e essenciais na cadeia alimentar marinha. Esses plânctons também absorvem carbono (gás CO2), apontado como principal responsável pelo aquecimento global.
*Com informações do site Phys.org
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Foto: European Union, Copernicus Sentinel-1 imagery