Nos incêndios que devoram as florestas e matas da Austrália, não são só bombeiros – milhares deles, na verdade – que lutam para combater as chamas e buscar sobreviventes. Existem seres peludos de quatro patas correndo e farejando os escombros para encontrar coalas, ajudando, assim, em seu resgate. Verdadeiros heróis peludos de quatro patas!
De acordo com a National Disaster Search Dog Foundation, organização da Califórnia especialista em resgates desse tipo, contou, em comunicado à imprensa, que os cães de busca podem identificar aromas que a maioria dos humanos não consegue, o que torna seus narizes “ferramentas essenciais para salvar vidas e, neste caso, ajudar a população de coalas a sobreviver”.
Os cães são treinados para farejar pêlo e cocô de coalas e encontrá-los onde quer que estejam, mesmo que seja no alto de uma grande árvore, como já fez, inúmeras vezes, o springer spaniel Taylor, de 4 anos, que trabalha nos incêndios desde setembro.
Mesmo com a fumaça e o odor sufocante de queimado, o cheiro dos coalas fica impregnado no ar: é como se caísse das árvores onde sobem. E Taylor ainda tem olfato apuradíssimo. Em condições muito difíceis, como dias de ventos fortes, ele procura por cocô de coala e avisa os treinadores quando sente o cheiro.
O resgate geralmente se inicia quando os treinadores dizem para os cães “Koala, encontre!”, alertando-os para sua missão.
Se mais cães fossem treinados…
Em entrevista á ABC News, Ryan Tate (foto acima, com Taylor), treinador e proprietário da Tate Animal Training Enterprises, especializada em serviços de cães de busca em Sydney, disse que sua equipe de filhotes já salvou dezenas de coalas. Mas Steve Austin, treinador que trabalha com Tate, ressalta que a importância desses cães nos resgates é imprescindível, ainda mais, agora, que os coalas – vitais para a vida selvagem na Austrália – estão em perigo de extinção.
Para Austin, “se mais cães fossem treinados para detectar os animais, outros milhares poderiam ser salvos”.
E claro que não é só a empresa de Ryan Tate que atua na Austrália. Cães de outras organizações e treinados por universidades também estão sendo empregados na busca dos coalas. Um deles até ganhou fama na internet, e não foi o lindo Taylor.
Treinado na Universidade da Costa do Sol, em Queensland, Bear chamou a atenção por seus esforços durante o salvamento de coalas. O ator Tom Hanks, que ficou tão enternecido com sua história, que, durante entrevista divulgada pelo Twitter (ele fala de Bear no meio do vídeo), sugeriu que ela fosse transformada em filme. E declarou: “A história de Bear, o cão de detecção de coala. Isso é adorável. Eu gosto de Bear”.
Na verdade, Bear tem uma história triste: ele foi abandonado ainda filhote por ter TOC (?), mas encontrou alegria ao ser treinado e se tornar cão de busca. Por sua obsessão, ele trabalha incessantemente para encontrar coalas vivos e já ajudou a resgatar inúmeros deles. E veja como ele é lindo!
Matthew Crowther, professor associados da faculdade especializada em ecologia e gerenciamento de vida selvagem, lembrou à reportagem da ABC News que “Nós nunca tivemos incêndios dessa escala e intensidade antes, então estamos em território desconhecido. Pode levar muito tempo para que os ecossistemas se recuperem, e alguns podem não ser os mesmos, principalmente se perderem espécies”.
Por isso, o trabalho de Taylor, Bear e de todos os cães de busca que atuam nos incêndios da Austrália é tão imprescindível.
Para finalizar o post, um #tbt de Taylor, no Instagram da Tate Animal Training, que fala de quando o springer spaniel começou a fazer buscas: “Flashback de 2016, quando Taylor embarcou em seu primeiro trabalho de detecção de coala perto de Byron Bay. Depois de passar as manhãs procurando os fofos marsupiais no mato, ele curtia as tardes na praia… ainda correndo como um lunático! E descansando”.
Fotos: Divulgação
Fonte: Bright Vibes, Now This, ABC News, Instagram Tate Training Animal e USC Detection Dogs